Mais uma surpresa no Mundial 2022. Alemanha estreou-se com uma exibição dominadora (em especial na primeira parte), mas demasiado perdulária, e acabou derrotada por um Japão que soube tirar partido da ineficácia do adversário e de alguma felicidade.
A “Mannschaft” podia – e devia – ter somado uma vitória tranquila e por números dilatados, tal a superioridade evidenciada durante grande parte do encontro, mas tamanha avalanche ofensiva (e rematadora, com dois disparos a acertarem mesmo nos ferros) resultou apenas num golo, e de penálti. Agradeceram os nipónicos, que assim somaram uma vitória memorável.
Domínio total da Alemanha, ineficácia em demasia… e surpresa
A Alemanha foi crescendo à medida que foi aquecendo os motores, depois de um primeiro quarto-de-hora em que o Japão até viu um golo anulado por fora-de-jogo, e dominou a primeira parte (80% de posse de bola). Rudiger cabeceou ao lado no primeiro aviso e Kimmich aqueceu as mãos de Gonda, guarda-redes do Japão, em dois dos 14 (!) remates que os germânicos fizeram no primeiro tempo.
Tanto domínio, porém, só deu um golo (outro viria a ser anulado em cima do intervalo) e de penálti. Gonda derrubou Raum e, na transformação do castigo máximo, Gundogan não perdoou. O médio do Manchester City foi mesmo o melhor em campo no primeiro tempo, para além do golo, de quatro passes ofensivos valiosos, uma eficácia de passe de 94%, cinco recuperações de posse e um total de 62 ações com bola.
O arranque da segunda parte parecia mostrar que iríamos ter mais do mesmo, com três remates perigosos da Alemanha logo a abrir, dois dos quais a baterem mesmo nos ferros da baliza japonesa. Depois, quatro defesas quase consecutivas de Gonda a negar o golo. Mas, perante tamanha ineficácia, o Japão cresceu. Os nipónicos tinham feito apenas um remate (desenquadrado) no primeiro tempo, mas na segunda parte fizeram 11, quatro dos quais no alvo. Neuer ainda adiou o empate, mas este acabou mesmo por surgir, por Doan, antes de Asano dar a estocada final.
Melhor em campo: Gonda
O guarda-redes do Japão, que já passou pelo Portimonense, foi um dos grandes responsáveis pela surpresa. Totalizou oito defesas (máximo, para já, do torneio), quatro delas a remates desferidos já dentro da sua área. Na retina fica uma série de intervenções quase consecutivas a meio do segundo tempo, quando a Alemanha ainda vencia por 1-0. Uma exibição para recordar.
Melhores da Alemanha
Gundogan (6.8) – Foi o único alemão a conseguir colocar a bola no fundo das redes e só por isso já merece algum destaque. Totalizou seis remates, três dos quais no alvo, um no ferro, e levou a equipa para a frente com cinco passes progressivos, além de ter ainda conseguido cinco recuperações de bola.
Raum (6.6) – O defesa do Leipzig conquistou a grande penalidade que ditou o golo da Alemanha e foi quem mais passes valiosos (9) e cruzamentos (7) efetuou no encontro. A defender, logrou ainda dois desarmes e duas intercepções.
Melhores do Japão
Doan (6.9) – Entrou a 23 minutos do fim e, pouco depois, fez o golo do empate. Não falhou qualquer passe e ainda ajudou a defender, com três desarmes.
Asano (6.6) – Saltou do banco e foi decisivo. Assinou o golo da vitória e, no pouco mais de 30 minutos em que esteve em campo, fez nada mais, nada menos do que cinco remates em cinco ações na grande área contrária.
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