O dérbi terminou empatado. Benfica e Sporting disputaram um jogo de muita luta, técnico, com diversas nuances e alternância no marcador.
Os “leões” entraram sempre melhor nas duas partes e por isso os “encarnados” correram sempre atrás do prejuízo, conseguindo empatar por duas vezes, graças a um bis de Gonçalo Ramos.
Francisco Trincão e Pedro Gonçalves fizeram os tentos leoninos num encontro com quatro golos, alguma emoção, nem sempre bem jogado.
No ar a ideia de que o desfecho não agradou a ninguém, o Benfica porque viu encurtada a vantagem na frente (quatro pontos em relação ao Braga), o Sporting porque se mantém a 12 pontos do primeiro lugar.
O dérbi começou por ser de estudo. O Benfica tentou assumir o domínio desde muito cedo, mas nunca o conseguiu consolidar verdadeiramente, pois os “leões”, na expectativa, conseguiam cortar linhas de passe e roubar a bola aos homens da casa.
Assim, o primeiro remate do jogo pertenceu ao Sporting, aos seis minutos, por Pedro Porro, de livre directo.
Os “encarnados” dispararam pela primeira vez aos 20, numa boa situação de João Mário, defendida por Adán, e logo a seguir foi Rafa a estar perto do golo, de novo com o guardião espanhol em evidência.
Porém, o Sporting marcou aos 27 minutos. Edwards fugiu na área, foi à linha cruzar, Trincão fez-se ao lance com Alexander Bah e o português acabou por facturar.
Os de Alvalade estavam muito bem nas transições, a aproveitar os espaços concedidos pelo adiantamento benfiquista, e ia criando lances bem desenhados.
Contudo, a reacção do Benfica acabaria por dar resultado aos 37 minutos. Cruzamento de Rafa, a defesa leonina não conseguiu afastar e Gonçalo Ramos surgiu a desviar.
Manuel Ugarte, médio mais recuado dos “leões”, era o MVP ao intervalo. O uruguaio registava um GoalPoint Rating de 6.8, graças a números defensivos incríveis.
Chegar ao descanso com 11 recuperações de posse é obra, mas a isso juntou mais cinco desarmes e três intercepções, e também três faltas cometidas. Com a bola nos pés completou as três tentativas de drible.
O segundo tempo começou com o lance do 2-1 para o Sporting. Após revisão do VAR, o árbitro assinalou falta de António Silva sobre Paulinho na grande área e respectivo penálti, e Pedro Gonçalves (53′) não desperdiçou o castigo máximo.
De início o Benfica pareceu abalado com o golo, mas intensificou a pressão em busca do empate, que chegou aos 64 minutos. Bom lance da esquerda, Grimaldo cruzou rasteiro e Gonçalo Ramos só teve de encostar para o seu bis.
Podia-se esperar que o Sporting, com grande atraso pontual na classificação, tentasse atacar o último reduto benfiquista em busca da vitória, mas foram as “águias” a manter a toada de pressão ofensiva até final, tentando de todas as formas criar perigo.
Os “leões” mantiveram-se mais recuados, a explorar transições, e muito sólidos na defesa, pelo que mais nenhum golo saiu deste dérbi.
Melhor em Campo
Belíssimo jogo de João Mário, que defrontou a sua antiga equipa. O médio mostrou sempre uma clarividência e uma tranquilidade acima da média, permitindo-lhe pautar o jogo e decidir quase sempre bem nas acções que registou com bola.
O seu GoalPoint Rating de 7.3 mostra três remates, todos enquadrados, dois passes para finalização, quatro ofensivos valiosos, oito recuperações de posse e dois desarmes.
Destaques do Benfica
Otamendi 7.1
A grande experiência do central benfiquista foi muito importante no desenrolar do jogo. Otamendi foi sempre a voz de comando na retaguarda, realçando-se da sua exibição 11 recuperações de posse, segundo valor mais alto, o máximo de acções defensivas no meio-campo contrário (6), quatro desarmes e três intercepções. Amarelado cedo, protegeu-se bem de piores consequências sem hipotecar a influência habitual.
Enzo Fernández 6.7
O médio argentino pode jogar pausado, mas quase tudo o que faz, fá-lo bem. Enzo terminou o jogo com um passe de ruptura, oito ofensivos valiosos, o máximo de passes certos (60) e tentados (79) – mas também de falhados (19) -, completou oito de 14 longos, somou o valor mais alto de acções com bola (101), sete recuperações de posse, quatro acções defensivas no meio-campo contrário e excelentes seis desarmes.
Gonçalo Ramos 6.4
Primeiro golo em dérbis e, mais tarde, o segundo. Gonçalo bisou e arrancou um ponto para o Benfica, terminando como o elemento mais rematador, com quatro disparos, dois enquadrados. Foi muito solicitado pelos seus colegas de equipa, com 12 passes progressivos recebidos.
Grimaldo 6.2
Muito activo a carrilar jogo pelo seu flanco, o espanhol fez a assistência para o 2-2, teve sucesso em dois de cinco cruzamentos de bola corrida, falhou apenas três de 43 passes e recuperou a posse em sete ocasiões.
António Silva 6.2
Belíssima exibição do jovem central do Benfica, manchada apenas pelo lance do penálti que deu o 2-1 ao Sporting. António Silva fez quatro acções defensivas no meio-campo contrário, atingiu o máximo (com Ugarte) de desarmes na partida (8) e realizou um corte decisivo, nas barbas de Trincão.
Alexander Bah 6.0
Alternou o bom com o mau. A exibição do dinamarquês teve muitos altos e baixos, levando, por vezes, ao desespero dos adeptos benfiquistas. Destaque positivo para uma ocasião flagrante criada, dez passes progressivos, três super progressivos e três bloqueios de passe/cruzamento. De negativo os três maus controlos de bola.
Florentino 5.9
Chegou a empolgar os adeptos com a forma como se entregou ao jogo para cortar as transições leoninas. O “trinco” somou cinco recuperações de posse, outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário, três desarmes e outras tantas intercepções, 80 acções com bola e 11 passes progressivos.
Rafa Silva 5.6
Tentou esticar o jogo, mas quase nunca mostrou estar em momento de forma física para o conseguir. Ainda assim assinou sete passes ofensivos valiosos, somou o máximo de acções com bola na área contrária (9), completou quatro de nove tentativas de drible (máximos) e foi um dos jogadores mais carregados em falta, cinco vezes, duas em zona de perigo. A nota é afectada por uma ocasião flagrante falhada.
Destaques do Sporting
Coates 6.3
O Benfica atacou muito, mas raramente criou lances de perigo eminente (só duas flagrantes). O central uruguaio foi um dos responsáveis por esse facto, tendo estado muito bem nas dobras. Terminou com 14 acções defensivas, com destaque para sete alívios e dois bloqueios de remate.
Ugarte 6.2
Jogo aguerrido do médio uruguaio, que ao intervalo já levava 11 recuperações de posse e terminou com incríveis 17. Fez também oito desarmes, quatro intercepções (máximo) e foi o jogador que mais faltas fez (5) e mais sofreu (5, a par de Rafa). Destaque, ainda, para três dribles completos em seis e, do lado negativo, os quatro dribles consentidos, dois no primeiro terço.
Gonçalo Inácio 6.0
Sólido, o jovem central acumulou sete acções defensivas, ganhou três de quatro duelos aéreos e realizou um passe de ruptura.
Paulinho 5.9
Decisivo na medida em que foi sobre ele cometida a grande penalidade do 2-1 leonino. O atacante fez ainda um passe de ruptura e ganhou os cinco duelos aéreos ofensivos em que participou.
Porro 5.9
O lateral criou muitos problemas ao compatriota Grimaldo, mas à medida que o Benfica foi subindo de produção e no terreno, pelas faixas, Porro foi perdendo protagonismo. Terminou com três remates, dois de fora da área, seis passes progressivos, dois super progressivos e sete recuperações de posse.
Adán 5.8
Normalmente terminar com seis defesas merece melhor nota, mas estas paradas acabaram por não ser de grande grau de dificuldade, exceptuando duas na primeira parte. Registou ainda três saídas pelo ar eficazes.
Edwards 5.5
O inglês esteve no lance do 1-0 e muito bem no drible, com três completos em seis tentados, e nas conduções, com cinco progressivas e duas super progressivas.
Nuno Santos 5.4
Muito trabalhou o ala esquerdo leonino. Nuno Santos é como uma “carraça”, nunca larga os seus adversários, terminando com seis acções defensivas.
Resumo
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