O relatório da comissão independente liderada por Tiago Brandão Rodrigues apurou que “é incrível que ninguém tenha morrido” na final da Liga dos Campeões do ano passado.
A final da Liga dos Campeões da época passada, entre Liverpool e Real Madrid, começou quase 40 minutos depois do previsto.
O que estava a acontecer é que, no exterior do Estádio de França, havia muitos adeptos – quase todos do Liverpool – a tentar entrar nas bancadas com bilhetes falsos. Alguns subiram mesmo as grades e começaram a correr para o interior do estádio.
A confusão aumentou quando a polícia local atirou gás lacrimogéneo na direção de adeptos e o tom subia entre os seguidores que tinham bilhete oficial.
Alguns adeptos passaram horas fora do estádio para conseguir entrar. Começaram a acumular-se grupos de dezenas ou centenas de pessoas, em filas confusas. Cerca de 70 pessoas foram detidas.
O relatório da comissão independente liderada por Tiago Brandão Rodrigues, antigo ministro da Educação, revela agora que a “responsabilidade primária” dos incidentes na final da Liga dos Campeões é da UEFA.
Além disso, segundo a Tribuna Expresso, também a polícia francesa e a Câmara Municipal de Paris são criticadas no relatório.
Em comunicado, o Liverpool considera “extremamente dececionante” que um relatório “de tamanha importância”, tenha chegado há comunicação social antes de ser publicado oficialmente.
O relatório realça que “é incrível que ninguém tenha morrido” devido aos incidentes à entrada do estádio nacional francês. A comissão independente critica também o facto de as autoridades terem culpabilizado os adeptos ingleses pelos incidentes, considerando que foi uma tentativa de sacudir a água do capote.
Este episódio é até comparado ao desastre de Hillsborough, em 1989, no qual morreram 97 pessoas durante um encontro entre Liverpool e Nottingham Forest. Na altura, a polícia também acusou, sem fundamento, os adeptos do Liverpool, culpando-os pelas suas próprias falhas.
“Altos dirigentes da UEFA permitiram que isto acontecesse”, sentencia o relatório liderado por Tiago Brandão Rodrigues. A UEFA “marginalizou” a sua própria unidade de segurança, que “não teve papel efetivo” no planeamento da final, nem da gestão da crise que se seguiu.
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