Benfica 3-1 Boavista | Vitória sofrida da águia em jogo tenso

Sofrido. Num jogo de futebol com emoção, embora nem sempre bem jogado, o Benfica somou mais três pontos, na receção ao Boavista, na partida que fechou a 21ª jornada da Liga bwin.

Contudo, foi um triunfo que não esteve isento de sofrimento. Os “encarnados” começaram bem, foram perdendo gás devido à boa organização defensiva dos “axadrezados” e, apesar se terem marcado primeiro, acabaram por sofrer o empate e, a seguir, desperdiçaram um penálti.

Estavam reunidos os condimentos para uma noite negativa para os homens da Luz, mas um lance espetacular de Gonçalo Ramos acabou por desbloquear o problema. Excelente segunda parte de Gilberto.

Como era esperado, o Benfica entrou a pressionar forte, com muita posse de bola – 70% a meio da etapa inicial -, muitas ações na área boavisteira e nas suas imediações, mas com poucos remates, só três quando Gonçalo Ramos, em cima do minuto 25, desviou a bola para o lance mais perigoso desta fase, mas esta foi às malhas laterais.

Aos poucos os “encarnados” começaram a perder clarividência, demonstrando falta de ideias para furar a bem urdida defensiva “axadrezada”. A intensidade estava lá, as trocas de bola também, mas havia sempre um visitante em cima de um anfitrião ou no caminho da bola, pelo que os ataques dos da casa pareciam algo improvisados e sem grande consequência.

Porém, em cima do apito, Gilberto cruzou, Gonçalo Ramos, na pequena área, cabeceou e Rafael Bracali, com reflexos incríveis, negou o 1-0.

O melhor em campo ao descanso era Florentino Luís. O médio benfiquista registava um GoalPoint Rating de 6.2, com 92% de eficácia de passe, o máximo de ações com bola (63), três duelos aéreos defensivos ganhos em três e quatro desarmes. Ainda assim saiu ao intervalo, para entrar David Neres.

A segunda parte começou com uma sequência de grandes oportunidades para o Benfica, a melhor aos 53 minutos, com Bracali a negar o golo ao isolado Neres.

Adivinhava-se o tento benfiquista que surgiu aos 55, num lance confuso, que teve mais uma defesa de Bracali e recarga vitoriosa de Gilberto. Porém, a resposta boavisteira foi rápida, com o empate a surgir num belo remate de primeira de Yusupha (58′), no primeiro disparo dos visitantes no jogo. O espetáculo estava cativante.

Aos 72 minutos o Benfica teve uma ocasião soberana para ampliar. O árbitro assinalou falta de Vincent Sasso sobre Rafa Silva, João Mário foi chamado a bater, mas Bracali, mais uma vez, defendeu, e na confusão que se seguiu os “encarnados” não conseguiram a emenda vitoriosa.

Tudo corria mal às “águias” e sentia-se no ar a tensão entre os adeptos benfiquistas. Contudo, Gonçalo Ramos descansou as bancadas aos 82 minutos. Gilberto assistiu, o avançado “sentou” Sasso e rematou colocado para o 2-1. E nos descontos o 3-1, com Petar Musa a marcar á sua antiga equipa, de cabeça, após grande cruzamento de João Mário.

Melhor em campo

A primeira parte foi muito complicada para Gilberto Júnior. Com pouco ritmo, entrou algo nervoso, falhou muitos passes e perdeu diversas posses, sem conseguir compensar com solidez defensiva. Gilberto, porém, virou a sua sorte no segundo tempo.

Primeiro abriu o ativo, algo que lhe deu confiança, e perto do fim fez a assistência para o tento de Gonçalo Ramos. O GoalPoint Rating de 7.6 tem dados muito bons e outros nem por isso.

Aos já referidos anteriormente, juntou o máximo de passes errados (15) e de perdas de posse (25), e ainda perdeu 11 de 14 duelos. Contudo, no ataque esteve muito bem, tendo criado excelentes três ocasiões flagrantes, realizado um passe de rutura e tido eficácia em dois de sete cruzamentos.

Destaques do Benfica

Gonçalo Ramos 6.9

O atacante benfiquista esteve perto do golo em cima do intervalo, mas viu Bracali fazer uma defesa “impossível”. Ramos compensou na segunda parte com o golo que recolocou as “águias” na frente, através de um espetacular lance individual.

Foi o mais rematador da partida, com cinco disparos, três enquadrados, somou o segundo registo mais alto de ações na área contrária (9) e ganhou três de sete duelos aéreos ofensivos. A flagrante falhada afeta-lhe a nota.

Chiquinho 6.3

Saiu perto do fim ovacionado e com razão. O médio entregou-se ao trabalho defensivo, dando equilíbrios à equipa, terminando com todos os duelos aéreos defensivos ganhos (3), o máximo de ações defensivas no meio-campo contrário (4), mais três desarmes e outras tantas interceções.

Florentino 6.2

O “trinco” benfiquista foi o melhor elemento na primeira parte e continuou a liderar os ratings “encarnados” bem dentro da etapa complementar, apesar de ter saído ao intervalo, perante a necessidade dos da casa de aumentarem a pressão ofensiva.

Florentino acertou 48 de 52 passes (92%), ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou e fixou o máximo de interceções (4).

António Silva 6.1

O momento alto da exibição do central foi aquele corte de carrinho no segundo tempo, anulando um ataque perigoso do Boavista e arrancando muitos aplausos da plateia. António Silva acumulou o máximo de conduções progressivas (7), beneficiando do recuo contrário, recuperou sete vezes a posse e fez quatro alívios.

Gonçalo Guedes 6.1

Entrado para os derradeiros 20 minutos, o atacante acabou por causar mais desequilíbrios na defesa contrária. Em dois remates acertou uma vez no ferro e ainda realizou um passe para finalização.

Aursnes 6.0

O norueguês começou descaído para a esquerda e com ordens para apoiar o homem mais adiantado, Gonçalo Ramos, mas na segunda parte assumiu a tarefa de médio mais recuado. Terminou com nove passes ofensivos valiosos, segundo registo mais elevado, somou o máximo de passes certos (70) e tentados (79), acertou oito de 11 longos, acumulou o máximo de ações com bola (96) e de recuperações de posse (12).

Grimaldo 5.9

Menos acutilante como em outras ocasiões, o espanhol criou uma ocasião flagrante em dois passes para finalização, teve sucesso em três de oito cruzamentos de bola corrida e realizou dois passes super progressivos.

João Mário 5.9

A exibição do médio ficou marcada por dois momentos. Primeiro desperdiçou a sua primeira grande penalidade da época, mas perto do fim realizou um cruzamento de grande nível para o 3-1 de Musa. Fez três remates, dois de fora da área, acumulou o máximo de passes ofensivos valiosos (13) e completou as quatro tentativas de drible. O penálti falhado corta-lhe bastante a nota.

Destaques do Boavista

Bracali 6.9

O veterano guarda-redes brasileiro não parece ter 41 anos, tal a energia, elasticidade e reflexos que continua a patentear. Incrível a defesa ao cabeceamento de Gonçalo Ramos na primeira parte, mas também ao penálti de João Mário, e terminou como o melhor dos visitantes, com seis defesas, cinco a remates na sua grande área, evitando 3,4 golos (defesas – xSaves).

Yusupha 5.7

O atacante marcou um grande golo, num remate de primeira, e terminou com dois remates, ambos enquadrados. Pecou com cinco maus controlo de bola

Malheiro 5.3

Jogo interessante do lateral-direito, com quatro desarmes e três bloqueios de passe/cruzamento. Nota afetada pelos seis passes de risco falhados (máximo).

Resumo

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