Num duro teste, um dos mais difíceis da temporada, o Benfica levou de vencida o Vizela por 2-0 e contabilizou o sexto triunfo consecutivo.
Os líderes da Liga bwin chegaram a ser encostados às “boxes”, mas resistiram e, graças ao acerto de João Mário, levam na bagagem para Lisboa três pontos valiosos.
Excelente réplica da equipa de Tulipa, que dominou diversos períodos do jogo, mas foi perdulária no momento da finalização – Expected Goals (xG) de 1.1. Com este resultado passou a somar apenas uma vitória nos últimos seis desafios em que entrou em ação.
Antes do arranque do encontro, palco para os dois treinadores. Tulipa promoveu os regressos de Samu e Raphael Guzzo, que entraram para as vagas dos titulares frente ao Gil Vicente (1-1) Ivanildo e Osama Rashid, e ativou o 1x4x3x3.
Já Roger Schmidt abdicou de Gilberto, Chiquinho e Rafa e apostou em Bah, David Neres e Gonçalo Guedes, respetivamente, fazendo com que Aursnes se juntasse a Florentino no “miolo” e Guedes fosse a muleta de Gonçalo Ramos.
As “águias” dominaram a primeira fase do encontro e tiveram no duo de Gonçalos, Guedes e Ramos, os principais agitadores, porém, quer aos nove, quer aos 15 minutos, o camisola “15” vão logrou finalizar com êxito.
Paulatinamente, o Vizela foi acertando na marcação e, em poucos toques, conseguia sair da zona de pressão exercida pelos “encarnados”, explorava o flanco esquerdo com Kiki Afonso, a profundidade com Osmajić – a dar dores de cabeça constantes a Otamendi e António Silva – e rondava com muito perigo o último reduto do opositor.
Ao minuto 24, Samu Silva isolou-se, mas no frente-a-frente com Vlachodimos levou a pior. Os lances de perigo foram uma constante nas duas áreas – aos 26 minutos, Buntić agarrou uma tentativa de Guedes, instantes depois o guardião impediu a festa a Grimaldo -, mas a ocasião mais flagrante pertenceu a Nuno Moreira que, com a baliza à mercê, atirou para fora, num lance em que António Silva e Vlachodimos iam oferecendo o “ouro” aos vizelenses.
Já dizia o adágio futebolístico que “quem não marca, sofre” e foi isso que aconteceu à passagem do minuto 37. Num contragolpe perfeito, Gonçalo Guedes conduziu o lance, a bola chegou a Neres, que esperou pelo momento certo para oferecer o 0-1 a João Mário. O extremo brasileiro fez a sexta assistência na Liga bwin, já o médio luso fez o 22.º tento esta temporada, o 13.º no campeonato.
David Neres, com um GoalPoint Rating de 6.9, era a unidade em foco nestes primeiros 46 minutos, fruto de uma assistência, uma eficácia máxima no capítulo do passe (acertou 17 em outras tantas tentativas) e teve 21 ações com a bola.
Mais forte, agressivo, intenso, organizado, o Vizela foi atrás do prejuízo, “engoliu” o meio-campo benfiquista, ganhou quase todas as segundas bolas e dominou a seu bel-prazer até aos 65 minutos. Neste período esteve muito próximo de empatar o duelo e até tomar a dianteira do ‘placard’.
Vlachodimos foi gigante, negou o golo a Claudemir (50′) e Osmajić (53′) e, no último assalto, Osmajić desviou a bola para a trave. O lance prosseguiu e Kiko Bondoso atirou com estrondo e o esférico embateu no poste. O Benfica conseguiu respirar um pouco, começou a ter a bola mais longe da baliza de Odysseas e foi congelando o jogo.
Anderson foi expulso com amarelos no espaço de oito minutos, entre os 79 e os 87, e já no período de descontos, Grimaldo foi derrubado por Lacava. Da marca dos 11 metros, João Mário desta feita não vacilou como ocorreu diante do Boavista, e fechou as contas do encontro. Roger Schmidt, treinador do Benfica, foi expulso.
Melhor em campo
David Neres foi uma das novidades no “onze” benfiquista e justificou a aposta. Até sair aos 78 minutos, esteve envolvido em quase todas as jogadas de perigo dos forasteiros, trazendo velocidade e imprevisibilidade às investidas da formação da Luz.
Além da assistência, que ajudou João Mário a desbloquear o jogo, foi o responsável por criar duas ocasiões flagrantes de golo, realizou um remate, dois cruzamentos, desperdiçou apenas dois passes em 29 tentados (eficácia de 93%), sofreu duas faltas e recuperou a posse de bola em seis ocasiões.
Por tudo isto, David Neres foi o melhor em campo da partida com um ótimo GoalPoint Rating de 7.1.
Destaques do Vizela
Bruno Wilson 6.4
Foi o melhor elemento do Vizela, graças a sete passes longos certos em nove e um total de 11 ações defensivas (máximo na partida), com destaque para dois bloqueios de remate.
Milutin Osmajić 6.3
O dianteiro montenegrino foi um dos destaques do jogo. Rápido a explorar a profundidade, deu imensas dores de cabeça à defensiva do Benfica. Possante e com uma técnica apreciável, pecou apenas no capítulo da finalização – duas ocasiões flagrantes desperdiçadas – e chegou às oito ações com a bola na área adversária (máximo no duelo).
Samu 6.1
Um dos esteios do Vizela, criou duas ocasiões flagrantes de golo, realizou sete ações defensivas, recuperou a posse de bola em sete ocasiões, tendo perdido o esférico em 20.
Destaques do Benfica
Gonçalo Ramos 6.9
Jogo de muita luta para o avançado, que foi importante na manobra da equipa com três remates (dois enquadrados), levou a melhor em três dos cinco duelos atacantes aéreos em que interveio, recuperou a posse de bola em seis ocasiões e contabilizou quatro ações defensivas.
João Mário 6.7
Está a realizar, provavelmente, a melhor época da carreira. Com o bis desta noite – o quarto da temporada – chegou aos 19 “tiros” certeiro e é o melhor marcador da prova com 14 tentos.
Frente ao Vizela marcou nos dois remates que arriscou, acertou 37 dos 40 passes que fez (93% de eficácia), recuperou a posse de bola em dez ocasiões e averbou quatro ações defensivas no meio-campo contrário.
Gonçalo Guedes 6.4
Talvez tenha saído demasiado cedo. Jogou apenas 58 minutos e foi o quarto jogador “encarnado” com melhor nota. O avançado testou o alvo por quatro ocasiões, iniciou o lance que redundou no 0-1, acumulou quatro ações com a bola na área do Vizela, gizou cinco passes progressivos e atingiu as cinco ações defensivas.
Florentino 6.1
Duelo complicado para o médio, que esteve muito em jogo e destacou-se com três passes de risco, recuperou a posse de bola por 12 vezes (número que mais ninguém atingiu) e chegou às oito ações defensivas, entre as quais quatro interceções.
Otamendi 6.1
Realce para os nove passes longos em 11 tentados que acertou, para os três duelos aéreos defensivos que ganhou e as seis ações defensivas.
Bah 5.9
De regresso ao “onze”, o dinamarquês não teve tarefa fácil e esteve mais envolvido em tarefas defensivas – sete ações defensivas, quatro ações defensivas no meio-campo contrário -, no ataque cruzou por seis vezes (apenas uma teve êxito).
Vlachodimos 5.9
Ia oferecendo o 1-0, mas Osmajić e Nuno Moreira não conseguiram finalizar a preceito, redimiu-se e realizou três excelentes defesas, que travaram o ataque minhoto.
Grimaldo 5.9
Foi uma das válvulas de escape das “águias”. Dos números do espanhol, realce para a falta que sofreu e que esteve na origem do 0-2. No total somou um remate, sete cruzamentos, seis acções defensivas e 16 perdas da posse.
Aursnes 5.6
Começou o jogo numa zona mais central e, no desfecho, fechou o corredor esquerdo. Não foi exuberante, tendo acumulado 12 passes falhados (78% de eficácia), 16 perdas da posse e quatro ações defensivas.
Resumo do jogo
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