Surpresa grande no Estádio do Dragão, ainda maior que a da época passada. Em jogo da 22.ª jornada da Liga bwin, os “azuis-e-brancos” entraram de rompante, marcaram cedo, mas de repente tudo mudou.
Sofreram o empate, viram um jogador expulso (João Mário) e o Gil Vivente conseguiu dar a volta ao marcador ainda antes do intervalo, de grande penalidade.
Na segunda metade, Matheus Uribe também foi tomar banho mais cedo, por duplo amarelo, e apesar da estóica resistência portista, que acabou por dominar mesmo com nove, a vitória acabou por pertencer aos “galos”. Vida difícil para o Porto na luta pelo título.
Antes dos 20 segundos já o Porto estava a colocar a bola no fundo das redes, mas o tento foi anulado por fora-de-jogo do marcador, Mehdi Taremi. Só que aos quatro minutos contou mesmo, com o iraniano a concluir um veloz contra-ataque após assistência de Namaso.
Aos nove, Pepê atirou por cima de baliza escancarada e, aos 18, Namaso trabalhou bem na área e atirou à barra. Porém, tudo mudou em pouco tempo, pois aos 26 minutos, numa fase em que os minhotos pressionavam, Fran Navarro fez o que sabe melhor e empatou o jogo.
E apenas nove volvidos, o Porto viu-se reduzido a dez elementos. João Mário cortou um lance de ataque com a mão, viu amarelo, mas o árbitro, após consulta do VAR, mudou o castigo para vermelho direto, por evitar um lance em que isolaria um adversário.
Em cima dos 40 foi Murilo a acertar na barra e, nos descontos, novamente após ida ao VAR, o juiz assinalou falta de Matheus Uribe na grande área sobre Boselli e penálti.
Murilo, dos 11 metros, ainda viu Diogo Costa tocar na bola, mas esta entrou. Grande surpresa no “dragão” e o melhor em campo ao intervalo era mesmo Murilo, com um GoalPoint Rating de 6.2, fruto de um golo, uma bola na barra e dois dribles completos em três.
Os “azuis-e-brancos” ficaram ainda pior aos 52 minutos, quando Uribe viu o segundo amarelo e deixou os homens da Invicta reduzidos a nove elementos.
Vida muito complicada para os comandados de Sérgio Conceição que, ainda assim, nunca desistiram e continuaram a atacar sempre que podiam, dominando mesmo a partir do minuto 65 e deixando no ar a ideia de que poderiam tirar algo do desafio.
E aos 68 minutos, Stephen Eustaquio marcou, a cruzamento de Pepê, mas o lance foi anulado por “offside”.
O Gil conseguiu, mais para o fim, encetar alguns lances de contragolpe em superioridade numérica, mas o último passe nunca saiu, pelo que o marcador acabou por não sofrer mais alterações. Segunda época seguida dos homens de Barcelos sem perderem no Dragão (1-1 na temporada passada).
Quanto aos “azuis-e-brancos”, contas difíceis na luta pelo título, já a oito do líder Benfica e com possibilidade de caírem para terceiro lugar caso o Braga vença esta segunda-feira, mas as palmas dos adeptos no final do jogo mostram bem a forma estóica como a equipa lutou pelo resultado, mesmo com nove.
Melhor em campo
Grande jogo do central gilista, emprestado pelo Benfica. Tomás Araújo foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.2.
Além de um passe de rutura, acertou 94% das 89 entregas que realizou, foi o jogador com mais ações com bola na partida (107), ganhou três de sete duelos aéreos defensivos, somou nove recuperações de posse e três interceções. Um autêntico esteio.
Destaques do Porto
Mehdi Taremi 7.2
Apenas uma centésima atrás de Araújo. O atacante portista foi o melhor dos homens da casa. Marcou um golo, mais outro que foi anulado, somou o máximo de passes para finalização (3), fixou o número mais alto de ações com bola na área contrária (10) e ganhou os três duelos aéreos ofensivos em que participou.
Gonçalo Borges 6.0
O jovem extremo portistas veio dar um novo ímpeto ao futebol “azul-e-branco”, após entrar ao intervalo. Em três remates, dois de fora da área, enquadrou dois, completou duas de três tentativas de drible e registou uma condução super aproximativa.
Diogo Costa 5.8
O guardião esteve quase a travar o penálti de Murilo, depois foi como que um líbero na fase em que o Porto, com nove, apertou no ataque. Terminou com duas defesas e duas saídas pelo ar eficazes.
Pepe 5.7
Ovacionado pelos adeptos no final do jogo pelos seus 40 anos, Pepe foi dos que incorporou o espírito de luta portista, terminando exausto. Foi o jogador que mais desarmes fez no jogo, nada menos que cinco.
Namaso 5.6
O atacante esteve muito ativo no primeiro tempo, mas acabou substituído ao intervalo. Fez a assistência para o golo de Taremi e acertou uma vez na barra.
Otávio 5.6
Lutou muito, com oito recuperações de posse e quatro ações defensivas no meio-campo contrário (máximo), mas este não era o seu dia.
Pepê 5.1
Não entrega um lance, mas nesta partida esteve desinspirado na finalização, perdendo um golo de baliza aberta na primeira parte. Ainda assim tentou incríveis 14 dribles, o que lhe permitiu completar oito, registo máximo em conjunto com Francisco Geraldes (visita do Estoril ao Famalicão).
Destaques do Gil Vicente
Rúben Fernandes 6.3
Bom jogo do central, que fez boa parceria com Tomás Araújo. Acertou 92% dos 73 passes realizados e recuperou a posse em sete ocasiões.
Kanya Fujimoto 6.1
O japonês pareceu algo perdido em alguns momentos em que o Porto dominou, no segundo tempo, mas a verdade é que terminou com duas ocasiões flagrantes criadas e um passe de rutura.
Andrew 6.0
Na época passada foi a grande figura do Gil, no empate 1-1 no Dragão. Desta feita brilhou menos, mas também esteve bem, com três defesas, três saídas pelo ar eficazes, duas saídas a soco e 0,5 golos evitados (defesas – xSaves).
Fran Navarro 5.8
Consta que na próxima época vai jogar de dragão ao peito. Não sabemos se foi para se habituar, mas marcou no Dragão e já leva 13 tentos na Liga. Voltou a não ter um rating deslumbrante, mas foi eficaz, com um golo em dois remates.
Resumo do jogo
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