Benfica suou e muito para levar na bagagem para Lisboa os três pontos, num duelo extremamente complicado que ficou resolvido na recomeço da segunda parte, graças a um “tiro” potente de Gonçalo Ramos.
Lance que “dinamitou” a forte oposição do Rio Ave, uma equipa bem organizada que obrigou os líderes da Liga bwin a sofrerem em alguns períodos do encontro. Com o triunfo, as “águias” vão receber na próxima jornada o rival FC Porto com uma almofada de pelo menos dez pontos de vantagem. Por sua vez, o emblema de Vila do Conde, que vinha de dois êxitos consecutivos, voltou a escorregar.
Arte e engenho para derrubar muro do Rio Ave
Primeira parte equilibrada em Vila do Conde. O Benfica assumiu a iniciativa, mas teve dificuldades em criar reais situações de perigo, não obstante ter gizado diversas iniciativas junto à baliza de Jhonthan.
Porém, ora pecava no momento da decisão (mais critério para definir o momento do passe ou da finalização) na zona dos últimos 30 metros, ora surgia a boa organização dos vila-condenses a anular as investidas dos lisboetas – Patrick William “limpava” quase tudo com seis acções defensivas, entre as quais quatro desarmes.
A equipa de Luís Freire, sempre que conseguia sair da primeira zona de pressão dos “encarnados”, aparecia no ataque, e numa dessas situações, André Pereira ainda colocou a bola nas redes, mas o avançado estava em posição irregular.
Faltavam golos, num duelo intenso. Chiquinho era o elemento em foco e destacava-se com uma eficácia de 92% no capítulo do passe (três falhados em 36 feitos), cinco passes progressivos, cinco recuperações de posse e seis acções defensivas.
Não sabemos o que Roger Schmidt disse ao intervalo, mas a verdade é que resultou em pleno, visto que foi nos instantes após o arranque da etapa final que o Benfica resolveu a contenda, num lance desenhado com elevada nota artística por João Mário e que foi finalizado com precisão, à segunda tentativa, por Gonçalo Ramos, que alcançou a marca dos 25 golos esta época, o 17º tiro certeiro na competição.
O conjunto da Luz começou a controlar o encontro com mais bola, com João Mário a juntar-se mais aos médios Chiquinho e Aursnes, e a explorar os raides de Rafa. Luís Freire refrescou a equipa e viu-a ganhar novo fôlego. Aos 74 minutos, Boateng falhou por centímetros o empate e, já no período de descontos, Hernâni levou Vlachodimos a mostrar reflexos.
Instantes depois, Rui Costa apitou pela derradeira vez e confirmou a décima vitória de rajada do Benfica no campeonato.
Melhor em Campo: Chiquinho
Mais uma excelente “performance” do médio. Com precisão nos passes – apenas seis passes desperdiçados em 62 tentados (90% de eficácia) -, o médio encheu o campo, com critério e uma disponibilidade física e mental que lhe permitiu antecipar as diversas do opositor e alimentar as ações da equipa da Luz.
O “box to box” completou a ficha nesta partida com sete passes progressivos, sete recuperações de posse, oito acções defensivas (quatro desarmes e outras tantas intercepções), sofreu quatro faltas, protagonizou, ainda, seis acções defensivas no meio-campo contrário. Colocou a cereja na exibição com um lance a fazer recordar Zidane aos 71 minutos…
Destaques do Rio Ave
Guga – Foi o patrão do Rio Ave e não deixou em vão os créditos que tem amealhado esta temporada, com dois remates, uma eficácia de 91% nos passes (quatro falhados em 45 feitos), acertou os cinco passes longos que arriscou, sofreu quatro faltas, recuperou a posse em sete ocasiões e desperdiçou-a por dez vezes. Foi, com Neres, o jogador com mais passes para finalização (3).
Jhonatan – Respondeu com quatro defesas e não esteve muito afinado com a bola nos pés – quatro passes de risco falhados.
Costinha – Foi subindo de produção com a passagem dos minutos. Destacou-se com seis cruzamentos, seis recuperações de posse, 16 perdas da posse registadas e chegou às sete ações defensivas.
Destaques do Benfica
Bah – Bom jogo do internacional dinamarquês, ele que realizou um remate, dois cruzamentos, cinco passes progressivos, dois passes super progressivos, 70 acções com a bola e um total de 13 acções defensivas – entre as quais seis desarmes.
Grimaldo – Foi o jogador em campo com mais ações com a bola – 98 -, e foi, ainda, o elemento com mais recuperações de posse (12). Seguro a defender, exibiu-se com dez acções defensivas. Em final de contrato, igualou neste domingo Cardozo como o terceiro estrangeiro com mais jogos oficiais de águia ao peito – ambos têm 293 partidas.
Otamendi – Esteve muito em jogo e foi importante a suster o ataque do Rio Ave com 12 acções defensivas – três desarmes duas intercepções -, gizou seis passes progressivos e teve um acerto de 86% no capítulo das entregas.
Aursnes – Com Florentino “à bica” no banco, fez parelha com Chiquinho na zona central e manteve a bitola que tem tido ao longo da temporada. Seguro e eficaz, destacou-se com apenas seis passes falhados em 62 realizados (90% de eficácia), seis passes progressivos, seis recuperações de posse coleccionadas e seis acções defensivas.
Gonçalo Ramos – Não foi feliz nos momentos em que teve de decidir na primeira parte, mas redimiu-se na etapa final e finalizou a preceito o momento que ajudou a definir o vencedor da partida. O dianteiro saiu aos 68 minutos com quatro remates, seis passes falhados em 62 tentados e oito acções com a bola no interior da área (máximo no duelo).
Vlachodimos – O grego realizou quatro intervenções e foi importante a travar os ataques do Rio Ave.
Rafa – Muito em jogo, tivesse tido outro critério e a nota seria ainda mais elevada. Foi responsável por três remates, quatro passes progressivos, quatro acções com a bola no interior da área adversária e falhou quatro dos nove passes que realizou.
João Mário – Emergiu com a jogada de fino retoque que desenhou e abriu caminho para a finalização certeira de Gonçalo Ramos. O jogo não foi fácil – acumulou 15 perdas de bola e falhou 11 dos 36 passes que fez. Além do lance do golo, recebeu oito passes progressivos, acertou três dos cinco dribles que tentou e recuperou a posse em seis ocasiões.
António Silva – Menos exuberante do que Otamendi, ainda assim teve uma exibição positiva, com oito acções defensivas, levou a melhor em dois dos três duelos aéreos defensivos em que participou e perdeu a posse de bola em quatro ocasiões.
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