Vieira reconheceu dívida do Benfica a Boaventura já depois de se demitir

Luís Filipe Vieira, ex-presidente do SL Benfica.

Já depois de ter sido detido e de se ter demitido da presidência do Benfica, Luís Filipe Vieira assinou uma declaração a garantir que o clube deve 800 mil euros a César Boaventura.

Esta declaração foi assinada em Novembro de 2021, garante o Expresso.

Vieira foi a casa de Boaventura e assinou um documento de uma página”, aponta o jornal, salientando que o ex-presidente encarnado reconheceu, assim, a dívida de 800 mil euros que o empresário de futebol reclama ao clube da Luz.

Em causa estão 10% do valor da transferência de Nuno Tavares para o Arsenal, em 2021, num negócio de 8 milhões de euros.

Boaventura não era empresário de Nuno Tavares e Vieira começou por alegar que o Benfica não lhe devia nada. Mas, entretanto, terá “mudado de ideias” após “uma conversa com Edu Gaspar, director técnico do Arsenal”, como vinca o Expresso.

No final do ano passado, o empresário anunciou que ia avançar contra o Benfica em tribunal, para reclamar o pagamento desses 800 mil euros, alegando que lhe são devidos por ter sido o elemento de ligação entre o Arsenal e o clube português no negócio.

Aquando da declaração a reconhecer a dívida, Vieira argumentou que, antes de ter falado com Edu Gaspar, “desconhecia a intervenção de Boaventura no negócio”, como apurou o Expresso.

Esta declaração confidencial ainda não chegou às mãos do Ministério Público e só será conhecida por “um núcleo reduzido de pessoas”, vinca a mesma fonte.

Documento deixa Benfica em situação delicada

O Benfica tem recusado pagar o montante, reclamando que Boaventura não interviu no negócio. Mas, perante este documento, a situação torna-se delicada.

O documento “é válido, mas não obriga directamente o Benfica a nada”, refere uma fonte não identificada ao Expresso, salientando que “foi elaborado numa altura em que quem o subscreve não tem poder para nada”. Apesar disso, “deixa ao Benfica um peso que torna o assunto delicado de resolver“, conclui.

Vieira assinou a declaração já depois de ter sido detido por suspeitas de fraude e branqueamento de capitais na Operação Cartão Vermelho, e já depois de ter saído da presidência do Benfica.

Boaventura foi acusado de dez crimes de burla, falsificação de documentos e fraude fiscal por negócios considerados suspeitos na Operação Malapata. Foi ainda acusado de corrupção por tentar aliciar jogadores para perderem contra o Benfica.

Em qualquer dos casos, apesar do envolvimento do nome do Benfica, não ficaram provadas quaisquer suspeitas contra o clube da Luz, embora se tenha revelado a existência de grande proximidade entre Boaventura e Vieira.

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