Momento social e político tenso que França atravessa parece propício à realização de ações de protesto — que nas Olimpíadas teriam visibilidade mundial.
Um coletivo anti-Jogos Olímpicos está a planear uma série de ações com o objetivo de perturbar a próxima edição do evento prevista para 2024, em Paris. Para o efeito, recrutaram “falsos voluntários” que deverão estar presentes em pontos nevrálgicos das Olimpíadas. Para já, o grupo começou a espalhar a sua mensagem pelas redes sociais, com o nome “Destruição 2024“.
Um dos membros, Arthur, é ativista pelo ambiente, mas destacou o ponto do voluntariado. “O voluntariado é suposto ser para o bem comum e esse não é o caso nos Jogos Olímpicos — o evento não tem fins de caridade“. O seu plano é desistir da função de voluntário à última hora ou condicionar o máximo que conseguir desde o interior.
Entre as principais queixas dos voluntários está o facto de o evento desportivo aportar um impacto ambiental negativo, mas também beneficiar os grandes negócios e as elites, em detrimento dos negócios locais, elenca o The Guardian.
De acordo com a organização dos Jogos Olímpicos de 2024, cerca de 45 mil voluntários devem colaborar com o evento, uma via que é publicitada como uma oportunidade de experienciaram as Olimpíadas de mais perto sem que tal acarrete um custo.
A data limite para as inscrições é 3 de maio, a partir daí, a organização vai começar a avaliar a “sinceridade” dos candidatos e a verificar o seu currículo. Nas avaliações, é expectável que os candidatos mostrem provas da sua motivação e experiência. Posteriormente, uma série de entrevistas será realizada para os posicionar nas melhores funções.
Os selecionados receberão uniformes, passes de transportes gratuitos e vales de refeição.
Apesar de ainda faltar cerca de um ano para os Jogos Olímpicos, o momento social e político tenso que França atravessa parece propício à realização de ações de protesto que venham a perturbar o evento. Ao longo das últimas semanas, milhares de pessoas saíram às ruas para se manifestarem contra o aumento da idade da reforma.
O coletivo, que dá pelo nome de Saccage, não revelou quantos voluntários tem atualmente inscritos, mas destacou um aumento após o presidente francês Emmanuel Macron ter confirmado o decreto do aumento da idade da reforma sem que este fosse submetido a uma votação final no Parlamento.
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