Tribunal acusa J. Marques de tentar abafar fracassos do FC Porto

Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto

Na ótica dos magistrados, ‘os emails do Benfica’ terão servido para esconder o insucesso desportivo do FC Porto.

Os juízes acusaram Francisco J. Marques de querer associar o Benfica “a uma máfia”, abafando assim os fracassos do FC Porto.

Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, e Diogo Faria, diretor de conteúdos do Porto Canal, foram condenados esta segunda-feira, pela divulgação e divulgação de emails do Benfica, no ano de 2017.

Segundo um acórdão a que o Correio da Manhã terá tido acesso, o tribunal deliberou que os arguidos divulgaram e manipularam emails do Benfica, para justificar os maus resultados do FC Porto e associar o clube da Luz a supostas práticas de corrupção.

“A rivalidade entre os dois clubes levou a que pessoas ligadas ao FCP, incluindo os arguidos Francisco Marques e Diogo Faria, tenham formado o propósito de justificar o menor sucesso desportivo daquele clube tentando associar os assistentes que integram o Grupo Sport Lisboa e Benfica a um conjunto de práticas ilegais, antidesportivas e desleais que, na sua narrativa, justificariam o acrescido sucesso competitivo do Benfica”, pode ler-se.

Os magistrados terão ido ainda mais longe e sustentam que Francisco J. Marques “procurou associar o Benfica a uma máfia“.

“Foi intenção do arguido incutir na audiência a ideia de que o Benfica quereria exercer influência sobre a arbitragem, pressionando-a com críticas e, por outro lado, procurando conquistar favores”, acrescentam os juízes.

Tudo começou com a divulgação de emails do Benfica, em 2017, no programa ‘Universo Porto – da bancada’, do Porto Canal.

Nesse episódio, Francisco J. Marques leu uma alegada troca de e-mails entre Pedro Guerra, antigo diretor de conteúdos da Benfica TV, e o ex-árbitro Adão Mendes, referentes à temporada de 2013/14.

“O arguido afirmou factos inverídicos (a troca de emails não decorreu da forma que relatou e tal troca não permite obter a conclusão que expressou), sabendo da falsidade do que afirmou”, lê-se no acórdão, a que o CM teve acesso.

Francisco J. Marques foi agora condenado a um ano e dez meses de prisão, com pena suspensa, por violação de correspondência agravada ou telecomunicações e ofensa a pessoa coletiva.

Diogo Faria foi condenado a nove meses de prisão, com pena suspensa durante um ano, por violação de correspondência ou telecomunicações.

Os dirigentes dos ‘azuis e brancos’ foram ainda condenados a pagar de forma solidária uma indemnização de 10 mil euros a Luís Filipe Vieira, antigo presidente do Benfica.

No mesmo processo, Júlio Magalhães, antigo diretor do Porto Canal, foi absolvido de todos os crimes de que era acusado.

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