Oceano, ex-internacional português e ex-jogador do Sporting, coloca o dedo na ferida do racismo, nomeadamente no futebol português. “Em Portugal, existe um racismo perigoso, porque é estrutural”, considera.
Estas declarações foram feitas durante uma entrevista no podcast “Final Cut” da agência SportsTailors e começaram a propósito do facto de Oceano estar sem clube desde que deixou de ser treinador adjunto de Carlos Queiroz na Selecção da Colômbia, em 2020.
Questionado sobre se gostaria de trabalhar em Portugal, Oceano assume que sim e nota que esse seria “um facto curioso”, pois tornar-se-ia no “único treinador negro na primeira divisão”.
“Achas normal não haver um treinador negro na Primeira Liga?“, pergunta Oceano, salientando que “a maior parte das pessoas acha que é normal e isso é que torna o racismo estrutural”.
“O racismo existe, não vamos escamotear isso, porque existe. Em Portugal, existe um racismo perigoso, porque é um racismo estrutural“, acrescenta ainda.
Para Oceano, “não é normal” verificar “as poucas oportunidades que os treinadores negros têm“, sobretudo quando comparamos isso com a quantidade de jogadores negros que jogam na Primeira Liga, e com a qualidade que mostram.
Lito Vidigal e Pepa foram os últimos treinadores de raça negra a trabalhar na Primeira Liga portuguesa, na temporada 2021/2022.
Mário Wilson foi o único treinador negro que já orientou um dos três “grandes” em Portugal, o Benfica. Foi também o único seleccionador negro de Portugal (1978-1980).
Oceano Cruz: “Em Portugal há o racismo estrutural: as pessoas acham normal não haver um treinador negro na Primeira Liga.” pic.twitter.com/AaC9E3I45b
— B24 (@B24PT) July 11, 2023
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