Aos seis anos foi vítima de abusos sexuais, aos sete começou a fumar e aos oito já traficava drogas. Esta foi a infância do futebolista Dele Alli, actualmente no Everton, que fala dos seus traumas numa entrevista a Gary Neville.
Dele Alli revela como os traumas que enfrentou na infância o fizeram viver tempos complicados recentemente. O jogador foi uma das pérolas do Tottenham, mas o sucesso não durou e, em 2022, assinou pelo Everton. Acabou por ser emprestado por este clube da Premier League ao Besiktas da Turquia, mas as coisas não melhoraram.
Depois de uma lesão, voltou ao Everton e começou a tomar comprimidos para dormir. Até que um dia, percebeu que precisava de ajuda.
“Estava muito mal mentalmente e decidi ir a um centro de reabilitação de saúde mental. Tratam adições e traumas. Senti que era o meu momento”, revela em “The Overlap” com Gary Neville.
“Não te podem dizer para ires, tens que saber tu e tomar a decisão, ou não funcionará”, sublinha Dele Alli.
A estas circunstâncias de vida recentes não são alheias as experiências por que o jogador passou na infância.
“Aos seis anos, um amigo da minha mãe abusou sexualmente de mim”, revela, notando que a mãe “era alcoólica”. “Enviaram-me para África para aprender a disciplina e logo me enviaram de volta”, acrescenta ainda.
“Aos sete, comecei a fumar; aos oito, comecei a traficar drogas. Uma pessoa mais velha disse-me que não prendiam um miúdo numa bicicleta. Então, andava com a minha bola de futebol e por baixo carregava a droga”, conta também.
“Aos onze, penduraram-me de uma ponte. Foi um tipo do bairro do lado, um homem”, continua.
“Aos doze, adoptaram-me. Uma família incrível, não podia ter pedido melhores pessoas para fazerem o que fizeram por mim. Se Deus criou as pessoas, foram elas”, salienta Dele Alli.
Dele Alli pensou deixar o futebol aos 24 anos
Aos 24 anos, o jogador olhou-se ao espelho e pensou em retirar-se do futebol. “A fazer o que gosto de fazer”, realça agora que tem 27 anos. “Aquele momento foi profundo”, refere.
“Sempre fui eu contra mim mesmo em tudo”, assume, notando que estava “preso num ciclo mau e em coisas que [lhe] estavam a causar dano”.
Das suas experiências no futebol, Dele Alli destaca, em particular, o técnico argentino Mauricio Pochettino, com quem trabalhou no Tottenham, notando que “foi o melhor treinador” que teve.
“Não era como uma relação entre um jogador e um treinador. Era mais profundo que isso”, sublinha, frisando que Pochettino era “compreensivo com as decisões que tomava” e “preocupava-se” consigo acima de tudo antes do futebol.
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