O treinador do Liverpool, Jurgen Klopp, anunciou recentemente que vai deixar o clube no fim da época. Temos pena.
O treinador alemão Jürgen Klopp, que está à frente do Liverpool desde 2015, anunciou a semana passada, de forma surpreendente, que se vai afastar do futebol no fim da época, por estar “a ficar sem energia“.
E isso é uma má notícia para os editores de política em todo o mundo.
Klopp é conhecido por expressar abertamente as suas visões políticas — uma exceção num desporto onde a regra geral é evitar criar ondas. E quando se trata de as dar a conhecer, o alemão não tem papas na língua.
Num artigo publicado esta sexta-feira, poucos dias após o anúncio da saída para breve de Klopp, o Politico reuniu algumas das mais famosas tiradas do treinador germânico.
Trump, Boris e Farage são um fracasso
Numa entrevista a um podcast em 2021, Klopp criticou duramente os principais políticos populistas nos EUA e no Reino Unido, questionando as suas qualidades como decisores.
“As últimas duas eleições, a primeira com Donald Trump e depois com Boris Johnson, foram realmente um mau sinal para o mundo inteiro“, disse Klopp.
“Por que deixamos que pessoas como Nigel Farage e Boris Johnson liderem quem quer que seja, em qualquer direção?” perguntou o treinador. “Temos de encontrar forma de escolher as pessoas certas para resolver todos os nossos problemas… e não os mais engraçados ou com o penteado mais estranho ou o que seja.”
O Brexit não faz sentido
Klopp, de nacionalidade alemã, mudou-se para o Reino Unido em outubro de 2015, para treinar o Liverpool, um pouco antes de o debate sobre o referendo do Brexit, em 2016, ter começado a aquecer.
Refletindo sobre a campanha alguns anos mais tarde, Klopp pediu outro referendo sobre a adesão à UE. “Votemos novamente, com as informações corretas — não com as informações que circularam durante a campanha do Brexit”, disse Klopp ao The Guardian em 2018.
“As informações que foram disseminadas na altura obviamente não estavam corretas, nem todas. Não faz sentido nenhum“, acrescentou.
O estado social reina
Klopp, que se assume claramente de esquerda, encaixa bem no Liverpool FC, um clube com fortes raízes na classe trabalhadora.
Em 2017, em declarações prestadas para um livro sobre a sua carreira de treinador, disse ao jornalista alemão Raphael Honigstein que era “de esquerda, claro. Acredito no estado social. Não tenho seguro privado”, disse Klopp.
“Se há algo que nunca farei na minha vida é votar à direita“, garantiu o treinador alemão, com a frontalidade com que as suas equipas habitualmente enfrentam os adversários.
Antivacinas são como condutores bêbados
Numa altura em que o mundo tentava ultrapassar a pandemia de Covid-19, Jurgen Klopp lançou duras críticas às pessoas que recusavam vacinar-se. “É um pouco como conduzir embriagado“, disse o treinador ao The Guardian em outubro de 2021.
“Eu não tomo a vacina apenas para me proteger”, explicou Klopp. “Tomo a vacina para proteger todas as pessoas à minha volta“.
“Não entendo por que é que isso é uma limitação da liberdade”, acrescentou”, “porque, se for, então proibir que se beba e conduza também é uma limitação da liberdade.”
Campeonato do Mundo no Qatar: está mal
Pouco antes do início do Campeonato do Mundo de 2022 no Qatar, Klopp criticou as condições em que o pequeno estado do Golfo foi autorizado a acolher a maior competição de futebol do mundo — e criticou os jornalistas por não a exporem.
“Há pessoas maravilhosas lá e não é que tudo seja mau por lá”, sustentou, “mas a forma como aconteceu não foi certa desde o início“.
Klopp, que falava numa conferência de imprensa duas semanas antes do início do Campeonato do Mundo, acrescentou que “o processo não foi correto e muitas pessoas receberam dinheiro pelas razões erradas.”
“Vocês são todos jornalistas. Deviam ter enviado a mensagem, mas não escreveram os artigos mais críticos sobre circunstâncias que eram claras”, acrescentou o treinador.
Vamos todos sentir a sua falta, Mister.
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