E se Haaland, Ødegaard e Aursnes tivessem ido para o Sporting? Seriam hoje os suplentes de Gyökeres, Morita e Nuno Santos?
Erling Haaland, Martin Ødegaard e Fredrik Aursnes tem várias coisas em comum: são três grandes jogadores, são todos noruegueses, e já todos marcaram pela seleção da Noruega.
No entanto, há ponto de convergência que poucos conhecem: os três internacionais noruegueses quase jogaram no Sporting.
Desde há cerca de uma década para, o “Mercado Nórdico” começou a ganhar fama, com muito clubes a direcionarem o seu scouting para a Escandinávia.
No caso particular da Noruega, a primeira grande promessa a despertar a atenção dos colossos europeus foi Martin Ødegaard, que se estreou no principal escalão do futebol norueguês com apenas 15 de anos de idade, pelo Stromsgodset.
Aos 16, o médio foi contratado pelo Real Madrid, escapando… ao Sporting.
Ao Zerozero, o analista Tomás Pereira – que, naquela altura, fazia parte do departamento de observação do Sporting – confessou que identificou Ødegaard, tendo chegado a abordar os pais, para levá-lo para Lisboa, mas “foi tarde”.
“Falámos com os pais do Ødegaard na altura que estava no Stromsgodset, mas foi tarde: o atleta já se tinha comprometido com o Real Madrid. São coisas naturais do scouting. Hoje em dia, sem dúvida, teríamos feito algo diferente“, lamentou Tomás Pereira
Aquele que, durante uma década, foi responsável pelo scout do Sporting nos países nórdicos explica que o caso de Erling Haaland foi diferente.
O analista revela que fez um relatório detalhado quando o jogador tinha 16 anos: “Na altura do Bryne – o Haaland ainda nem estava no Molde -, fiz um relatório e entreguei ao meu chefe (…) Um miúdo com aquela estampa física e com muitas capacidades. Tinha um potencial muito, muito interessante. O relatório chegou, por mim, ao Sporting um mês depois do Haaland ter assinado com o Molde (…) Era um relatório com pés e cabeça, a explicar o potencial do jogador”, explicou.
O que falhou? O Sporting achou-o demasiado caro: “Neste caso, acharam que o valor de mercado que o Haaland tinha não faria sentido para o Sporting naquela altura”.
Já o caso de Fredrik Aursnes – que é, hoje, um ídolo no eterno rival – foi diferente.
Tomás Pereira confessa que conhecia bem o jogador, mas acreditou que o atual jogador do Benfica não tinha qualidade para o Sporting.
“Conheci o Aursnes na altura em que ele ainda estava no Hodd. Estava na minha lista pessoal de jogadores a acompanhar. Acreditei que, naquela altura, ele não tinha a capacidade de jogar no Sporting. Tínhamos de perceber o contexto e, na altura, não estava preparado. Uma coisa era estar no Hodd, outra era saltar para o Sporting para lutar pela titularidade”, explicou o especialista.
“O tempo, de certo modo, acabou por me dar razão, porque o Aursnes teve de passar para o Molde, afirmou-se por lá; foi para o Feyenoord e aí é que deu o grande salto [para o Benfica]”
Será que hoje o Sporting, bem como o seu scouting, teriam tomados as mesmas decisões quanto a estes craques – agora – afirmados e incontestáveis? Fica a dúvida no ar.
O que é certo é que todos não passaram de um “se”.
Porém, no futebol – como dizia Paulo Bento – os “ses” de pouco ou nada valem.
Se a avó do antigo treinador do Sporting tivesse rodas, “era um camião”. E se Haaland, Ødegaard e Aursnes tivessem jogado pelos leões? Seriam hoje os suplentes de Viktor Gyökeres, Hidemasa Morita e Nuno Santos?
Este “quase leões” permanecerá (até ver) um ponto comum aos três futebolistas noruegueses. Contudo, Haaland, Ødegaard e Aursnes também têm coisas que os distinguem: por exemplo, apenas um deles é destro – e, curiosamente, é o único que joga a lateral esquerdo.
[sc name=”assina” by=”Miguel Esteves, ZAP” url=”” source=”” ]
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