Judoca muito emocionada depois de perder no segundo combate dos Jogos Olímpicos. Sofreu agora tudo que não teve tempo de sofrer.
É um dos momentos mais emocionantes, ou mesmo o mais emocionante até agora, na comitiva portuguesa que está nos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Foi protagonizado nesta sexta-feira por Rochele Nunes, que não foi além do segundo combate na categoria +78kg do judo.
A luso-brasileira venceu o primeiro combate contra Sarra Mzougui. A tunisina foi desclassificada após três castigos.
Nos oitavos-de-final, a meio do duelo com Larisa Ceric, a judoca da Bósnia-Herzegoniva conseguiu um estrangulamento e venceu por ippon.
“Acabei por apagar no final do combate porque estava encaixada” – a primeira reacção de Rochele Nunes, à RTP, parecia uma análise normal.
Mas logo a seguir vieram as lágrimas: “Foi muito difícil estar aqui. Poucas pessoas sabem, mas há seis meses perdi o meu irmão de 7 anos“.
A sua participação em Paris ficou em risco: “Pensei se o esforço valia a pena, pensei que não tinha condições de estar aqui. Mas uma das coisas que aprendi ao ser portuguesa é que somos resilientes”.
A judoca está “muito triste” mas sublinhou que a preparação foi “excelente”, dando os parabéns ao clube (Benfica) e à Federação Portuguesa de Judo: “Fazem muito com poucos recursos, não adianta lembrarem-se de nós só de 4 em 4 anos”.
A fechar, novo momento emocionante: “Estou a sofrer agora tudo que não tive tempo de sofrer. Foi a luta mais difícil da minha vida“.
E seguiu-se um gesto pouco visto: “Desculpa, vou abraçar-te”. Rochele Nunes abraçou mesmo João Miguel Nunes, jornalista da RTP.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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