O suíço Joseph Blatter foi hoje reeleito para um quinto mandato como presidente da FIFA, até 2018, ao vencer o jordano Ali bin al Hussein, num sufrágio realizado no 65.º Congresso do organismo que tutela o futebol mundial.
O suíço é o oitavo presidente da FIFA, tendo sucedido, em 1998, ao brasileiro João Havelange. Na eleição de hoje, à qual chegaram a ser candidatos o português Luís Figo e o holandês Michael van Praag, Blatter recebeu 133 votos a favor, contra 73 de Ali bin al Hussein.
Nenhum dos dois candidatos conseguiu à primeira volta os dois terços dos votos das 209 federação nacionais, num votação que está a decorrer do 65º Congresso do organismo.
Blatter acabou por ser eleito ao final da primeira volta, depois de bin al Hussein ter anunciado que não disputaria uma segunda volta.
Na segunda volta, um candidato necessitava apenas de conseguir uma maioria simples dos votos para ser eleito para os quatro próximos anos, de 2014 a 2018.
O atual presidente da FIFA, Joseph Blatter, tinha afirmado que se fosse reeleito iria tirar o organismo da tempestade, enquanto o jordano Ali bin al Hussein, o outro candidato, se bateu “pela transparência”.
“Fico como responsável da tempestade, sim, de acordo, aceito essa responsabilidade, prometo uma FIFA forte. Eu quero regressar ao caminho, corrigir a situação da FIFA. Vejo uma FIFA bela, robusta, a sair da tempestade”, disse Blatter, que procura um quinto mandato.
No seu derradeiro discurso antes das eleições, Ali bin al Hussein prometeu “transparência” de forma a “restaurar o respeito”.
“Os olhos do mundo estão sobre nós, por isso devemos enviar uma mensagem àqueles que nos observam: ‘compreendemos a fragilidade da vossa confiança’. O futuro passa pela transparência. Devemos mostrar que queremos voltar a ter o respeito do mundo”, afirmou.
Eleições no meio do escândalo
Na quarta-feira, véspera do início do Congresso, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
A FIFA suspendeu provisoriamente 12 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, Aaron Davidson e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.
A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.
Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.
/Lusa
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