O presidente demissionário da FIFA Joseph Blatter revelou, em declarações ao Financial Times, que havia um “arranjo diplomático” para que os Mundiais de 2018 e 2022 fossem atribuídos à Rússia e aos Estados Unidos, respetivamente.
“Era algo nos bastidores. Havia um arranjo diplomático, um acordo de cavalheiros”, disse Joseph Blatter, reiterando o que já tinha afirmado na quarta-feira à agência russa Tass, ou seja, que o Qatar não estava equacionado para receber o Campeonato do Mundo.
O suíço, que se encontra suspenso por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, esclareceu que os planos para o Mundial2022 ruíram devido à “interferência governamental de Nicolas Sarkozy [então presidente francês]”.
“A uma semana da escolha, recebi um telefonema de Platini”, refere Blatter, explicando que o presidente da UEFA tinha recebido um telefonema de Sarkozy a pressioná-lo: “não estava em causa apenas um voto, mas o grupo de votos que tinha com ele”.
O presidente da UEFA, Michel Platini, que também se encontra suspenso por 90 dias pelo mesmo Comité, já tinha revelado ter votado favoravelmente em dezembro de 2010 para que o Qatar recebesse o Mundial de 2022.
Em todo o caso, Platini negou sempre tê-lo feito a pedido de Sarkozy, que o tinha convidado, antes da escolha, para jantar com ele e com o futuro emir do Qatar no palácio presidencial.
/Lusa
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