O clube encarnado seria previamente avisado de todas as buscas e até terá feito um “briefing” aos funcionários sobre como deveriam atuar nesses momentos.
Segundo a edição deste sábado do Expresso, o Benfica seria avisado previamente de todas as buscas ponderadas ao clube, no âmbito dos chamados caso dos vouchers, caso dos emails e Operação Lex.
De acordo com o semanário, citado pelo Observador, terão sido encontradas no gabinete de Paulo Gonçalves cópias de despachos do juiz de instrução sobre os passos que seriam tomados a nível de investigação no caso dos emails, nas buscas e inquirições e nos suspeitos.
O Expresso avança até que os encarnados fizeram uma espécie de “briefing” prévio aos funcionários sobre como deveriam atuar durante as buscas e, ao mesmo tempo, os responsáveis do clube aproveitavam essa vantagem para trabalhar reuniões preparatórias para essas mesmas buscas com o escritório de advogados Vieira de Almeida.
Recorde-se que, esta sexta-feira, o Correio da Manhã avançou que José Augusto Silva, o funcionário judicial do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) que ficou em prisão preventiva, encontrou-se com o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, durante um jogo no estádio da Luz.
Segundo o semanário, a “toupeira” terá consultado mais de 500 vezes um total de mais de dez inquéritos, que diziam respeito não só ao Benfica mas também aos seus rivais mais diretos, FC Porto e Sporting. A revista Sábado avançou, esta semana, que as credenciais da procuradora Ana Paula Vitorino foram a porta de entrada para recolher informação sobre os processos judiciais que se encontram em segredo de justiça.
Este sábado, o Jornal de Notícias também avança que José Augusto Silva terá mesmo adulterado elementos de um dos processos que espiava no sistema informático Citius, o que constituiu um dos principais fatores para que a juíza Cláudia Pina aplicasse a pena de prisão preventiva para o arguido.
Os encarnados continuam a negar ter recebido qualquer informação em segredo de justiça. “A Benfica SAD não recebeu quaisquer informações que estivessem em segredo de justiça relativamente ao caso dos emails, exceto as supostas informações expostas na comunicação social. Além disso, o Benfica já apresentou duas queixas-crime de violação de segredo de justiça e alguns dos elementos que irão ser entregues à senhora procuradora-geral da República”.
Segundo o Observador, a investigação tenta agora perceber se o Benfica e o seu presidente tinham, ou não, conhecimento das alegadas práticas de corrupção e outros funcionários judiciais deverão ser constituídos arguidos em breve.
O Correio da Manhã já tinha avançado, porém, que Luis Filipe Vieira sabia das ofertas às “toupeiras” uma vez que, sempre que este pedia convites destinados a Júlio Manuel Loureiro, para que o funcionário judicial pudesse assistir a jogos na Luz, com amigos e familiares, enviava sempre os e-mails com conhecimento ao presidente do Benfica.
Além do funcionário judicial e do assessor jurídico, também são arguidos neste processo Júlio Loureiro, funcionário judicial no Tribunal de Fafe, José Ribeiro, antigo funcionário judicial e cunhado de José Augusto Silva e Óscar Cruz, empresário de futebol.
A investigação foi iniciada há quase meio ano pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção por suspeitas de corrupção ativa e passiva, violação do segredo de justiça, crime informático de acesso ilegal e favorecimento pessoal.
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