Bruno de Carvalho está em “burnout” e “incapacitado para ser presidente do Sporting”. Este é o sentimento que cada vez mais se afirma no universo leonino, numa altura em que a empresa de Álvaro Sobrinho, accionista da SAD, pede uma Assembleia Geral de urgência.
A crise no Sporting continua com Bruno de Carvalho arredado dos holofotes, de baixa de paternidade após o nascimento da terceira filha, fruto do casamento com Joana Ornelas.
O presidente do Sporting deixou o Facebook, no qual publicou as críticas aos jogadores, após a derrota no reduto do Atlético de Madrid, que despoletaram a instabilidade presente. E ninguém sabe qual vai ser o seu próximo passo, numa altura em que muitos defendem que não tem condições para continuar no cargo.
A empresa do angolano Álvaro sobrinho, a Holdimo, que é detentora de quase 30% das acções da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Sporting, anunciou que solicitou a convocação de uma Assembleia Geral (AG) urgente, para “debater e resolver os problemas internos” do clube. Uma decisão que justifica com as consequências financeiras e com o “potencial prejuízo” da actual divisão no clube “para os activos da sociedade”.
O accionista também frisa no comunicado que “se tem abstido de participar no debate público de assuntos internos, mesmo não estando de acordo com a suspensão de jogadores da Sporting SAD”. Um claro aviso a Bruno de Carvalho que procedeu à suspensão de grande parte do plantel, no meio do conflito com os atletas.
O alerta do accionista surge depois de o presidente da Mesa da AG do Sporting, Jaime Marta Soares, ter dito que deverá convocar uma assembleia-geral extraordinária para que os sócios se pronunciem sobre a revogação do mandato do Conselho Directivo. “Com Bruno de Carvalho não há paz no Sporting”, afirmou também.
Bruno de Carvalho “está doente”
Assim, o presidente do Sporting pode vir a ser afastado pelos sócios ou deixar o cargo por iniciativa própria. Mas há também o rumor de que Bruno de Carvalho pode estar “a ponderar apresentar baixa psiquiátrica para poder afastar-se do universo leonino, enquanto mantém o cargo e dois terços do vencimento”, aponta o Jornal de Notícias.
Para o escritor e político Francisco Moita Flores, que é adepto do Sporting, Bruno de Carvalho está “incapacitado para ser presidente”, refere ao jornal A Bola. “Julgo que ele está doente”, constata, notando o “olhar vago” e a “desconcentração na conferência de imprensa”, após o jogo com o Paços de Ferreira em que o dirigente foi recebido com lenços brancos e assobiado pelos adeptos.
Também o médico Eduardo Barroso, ex-presidente da Mesa da AG e apoiante de Bruno de Carvalho, lamenta que o dirigente está “em burnout, num stress brutal”, no seguimento do “problema” que ele próprio criou, afirma à SIC Notícias.
O médico defende, contudo, que o dirigente não pode ser afastado do cargo, uma vez que “está legitimado” pelo voto dos sócios. Apesar disso, nota que o que fez foi “grave”, mas também critica a reacção dos atletas e considera que o caso está a ser aproveitado pelos adversários do presidente que o querem “linchar” e “banir” do clube.
Já em declarações à Lusa, o médico critica a postura de Jaime Marta Soares, referindo que as suas declarações são uma “traição” a Bruno de Carvalho. “São declarações de alguém a quem subiu à cabeça o ser presidente da AG”, diz, concluindo que o “impressionam pela falta de lealdade e gratidão”.
Figo coloca-se à margem de corrida eleitoral
Entretanto, os adversários de Bruno de Carvalho já estarão a preparar a sucessão e vários nomes se perfilam como possíveis candidatos. Luís Figo é um deles. Segundo o JN e O Jogo, a empresa de Álvaro Sobrinho sondou “informalmente” o ex-futebolista leonino para saber da sua disponibilidade para uma eventual candidatura à presidência do Sporting.
Na primeira pessoa, Figo trata de colocar-se à parte da crise leonina, realçando que as notícias sobre a sua eventual candidatura não têm “qualquer fundamento”.
“É triste que na situação actual lancem notícias possivelmente com terceiras intenções”, lamentou o ex-jogador, citado pela Lusa. “A equipa do Sporting necessita, neste momento, de tranquilidade, paz e confiança“, acrescenta.
Ricciardi e Relvas procuram “soluções para a crise”
O Record anuncia, entretanto, que o advogado Rogério Alves, ex-presidente da Mesa da AG do Sporting, está a ser “pressionado a candidatar-se”, mas que estará na dúvida por razões profissionais.
Já o nome do ex-atleta do Sporting, João Benedito, que foi guarda-redes de futsal no clube, é apontado como uma hipótese pela TSF.
Quem já manifestou a intenção de ser candidato é Bruno Conceição, sobrinho-neto do ex-futebolista leonino Travassos, um dos lendários “Cinco Violinos”.
O Correio da Manhã adianta que o banqueiro José Maria Ricciardi, Álvaro Sobrinho e Miguel Relvas, ex-ministro do Governo de Passos Coelho, estão à procura de “soluções para ultrapassar a crise”.
Jogadores ameaçam deixar o plantel
No meio da instabilidade directiva, surge o receio de uma debandada no plantel leonino, no fim da época. O CM avança que os “principais jogadores do Sporting ameaçam abandonar o plantel”, citando os nomes de Bas Dost, Battaglia, Coates e Mathieu que já terão manifestado a intenção de sair de Alvalade, caso Bruno de Carvalho continue como presidente.
O Jogo acrescenta a esta lista os nomes dos capitães Rui Patrício e William Carvalho e ainda de Gelson Martins.
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