O treinador português terá chegado a um acordo com o Fisco espanhol e pagou 800 mil euros para fechar o caso em que é acusado de fraude fiscal.
Segundo o El Mundo, José Mourinho chegou a um acordo com o Fisco espanhol para fechar o processo no qual é acusado de fraude fiscal.
O treinador português admitiu ter cometido dois delitos fiscais relacionados com direitos de imagem quando esteve no Real Madrid e aceitou pagar os 800 mil euros de multa, evitando cumprir a pena de prisão de um ano.
Fontes próximas do Fisco asseguram ao jornal espanhol que o acordo já está fechado e que será formalizado nas próximas semanas.
De acordo com o jornal, o caso do atual técnico do Manchester United é diferente de outras estrelas do mundo do futebol que se viram envolvidas neste escândalo. O treinador já foi investigado pelas declarações fiscais de 2011 e 2012, nas quais terá cometido uma fraude no valor de 3,3 milhões de euros, por não ter incluído as receitas obtidas com a cedência dos direitos de imagem a empresas com sede em paraísos fiscais.
Em julho de 2015, Mourinho reconheceu a falta da declaração de direitos de imagem e aceitou pagar uma coima de 1,14 milhões de euros mas, para o Fisco espanhol, o caso não ficou totalmente resolvido e, quase um ano depois, decidiu reabrir o caso.
Em causa está a investigação Football Leaks, levada a cabo por uma rede internacional de órgãos de comunicação social (EIC), que levou à reabertura do processo pela existência de novos dados, nomeadamente o facto de Mourinho ter apresentado as declarações “com o objetivo de obter um benefício ilícito” ao não declarar os direitos de imagem.
O jornal escreve que os novos dados mostraram que o técnico era dono da empresa Koper Services, a offshore radicada nas Ilhas Virgens Britânicas, através de uma sociedade na Nova Zelândia, Kaitaia Trust, de que ele próprio e a família beneficiavam.
Por tudo isto, o Fisco interpôs uma queixa contra Mourinho, em junho de 2017, por dois delitos fiscais em que se atribuía, como resultado da não declaração dos 3,3 milhões de euros, um montante de 225 mil euros na primeira declaração e de 236 mil euros na segunda, que ultrapassam o limite de 120 mil euros a partir do qual o Código Penal pune o delito fiscal.
Segundo o El Mundo, o treinador recorreu da decisão, sem sucesso, e agora acabou por aceitar declarar-se como culpado.
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