A Polícia Judiciária está a investigar seis árbitros que estiveram no FC Porto-Marítimo (3-0) do passado dia 16 de Março, por suspeitas de que possam ter facultado informação privilegiada ao empresário César Boaventura que é suspeito de ter aliciado jogadores para perderem em jogos com o Benfica.
Foi a CMTV que começou por avançar a informação agora divulgada pelo Correio da Manhã, dando nota de que os árbitros que estiveram envolvidos no FC Porto-Marítimo (3-0) da Jornada 26 do campeonato, no passado dia 16 de Março, estão a ser investigados pela Polícia Judiciária (PJ).
Em causa estão o árbitro do jogo, João Capela, os seus auxiliares, Paulo Brás e Jorge Cruz, o quarto árbitro, Luís Reforço, o vídeo-árbitro, Bruno Esteves, e o árbitro assistente do vídeo-árbitro, Paulo Ramos.
A PJ está a investigar eventuais ligações entre estes elementos e César Boaventura, suspeitando que possam ter facultado ao empresário que é visto como próximo do Benfica a informação de que João Capela era o árbitro escolhido para o FC Porto-Marítimo.
Um dia antes da divulgação do nome do árbitro para o desafio, César Boaventura divulgou no seu perfil do Facebook o documento com a nomeação de João Capela. Posteriormente, substituiu-o pela foto do árbitro.
Na sequência deste caso, o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, José Fontelas Gomes, esteve reunido, por sua própria iniciativa, com elementos da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ.
O Correio da Manhã afiança que, logo que seja identificada, “a ‘toupeira’ de Boaventura será “imediatamente afastada” da arbitragem”.
César Boaventura já anunciou que apresentou queixa no Departamento Central de Investigação e Acção Penal contra a CMTV, acusando o canal de estar “a mentir”. “Não conheço nem nunca vi nenhum dos árbitros, nem ando a invadir centros de arbitragem”, referiu numa publicação no Facebook.
O empresário de futebol está a ser investigado por suspeitas de aliciamento a jogadores para perderem com o Benfica, no âmbito de um jogo com o Rio Ave da época 2015/2016.
Na semana passada, o jogador Lionn, ex-Rio Ave e actualmente no Desportivo de Chaves, declarou no Tribunal de Esposende que César Boaventura o tentou subornar antes do Rio Ave-Benfica que os encarnados acabaram por vencer por 1-0, sagrando-se campeões nacionais.
“Tentou comprar-me para o jogo do Benfica. A mim e ao Cássio. E ao Marcelo também”, referiu em Tribunal, conforme citou o Expresso, no âmbito de um processo movido pelo referido Cássio contra César Boaventura, após o empresário ter acusado este guarda-redes de ter facilitado num jogo entre o FC Porto e o Rio Ave que os dragões venceram por 5-0.
https://www.youtube.com/watch?v=gAxiRAwPeRo
O Expresso citou outra conversa entre César Boaventura e Cássio, actualmente a jogar no Al Taawon da Arábia Saudita, onde o ex-guarda-redes do Rio Ave terá referido a um amigo que o empresário o tentou comprar por 250 mil euros para facilitar frente ao Benfica.
O empresário também desmentiu esta alegação, notando no seu perfil do Facebook que “em momento algum, o aludido jogador disse, seja ao jornalista envolvido, seja a qualquer outra pessoa, que o havia aliciado, seja para o que fosse”.
Na altura, Cássio, Marcelo, Roderick, Rafa Soares e Nadjack tinham os seus telefones sob escuta no âmbito das suspeitas de viciação de resultados numa investigação relacionada com apostas.
[sc name=”assina” by=”SV, ZAP”]
Deixe um comentário