Pela 11.ª vez, o técnico Vítor Oliveira consegue promover um clube à primeira divisão, desta feita com o Paços de Ferreira. Segundo Wagner, jogador dos “castores”, o treinador conhecido como “o rei das subidas” tem um segredo.
Vítor Oliveira é já um nome conhecido da “velha guarda” do futebol português. O treinador tende a manter-se fora do estrelato, apesar de ano após ano fazer manchetes pelo país e pelo mundo. A ideia parece contraditória, mas a realidade é que não o é: Vítor Oliveira é treinador há cerca de 30 anos e é na Segunda Liga que decide escrever a sua história.
Ora não fosse este o treinador que mais vezes conseguiu promover clubes ao principal escalão do futebol português. O técnico de 65 anos já o tinha feito dez vezes e, desta vez com o Paços de Ferreira, selou o feito pela 11ª vez. Nos últimos sete anos, conseguiu fazê-lo seis vezes consecutivas.
Paços de Ferreira, Académica, União de Leiria, Belenenses, Leixões, Arouca, Moreirense, União da Madeira, Desportivo de Chaves e Portimonense são os clubes que o treinador catapultou para o primeiro escalão.
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Esta é a segunda vez que Vítor Oliveira conseguiu a promoção ao serviço dos “castores”, deixando o seu presidente, Paulo Meneses, num puro estado de euforia. “Ainda estou na ressaca deste grande momento. Uma subida que era muito importante para o clube”, disse o presidente citado pelo jornal ABOLA.
“Devolver o Paços a um lugar de onde nunca devia ter saído era muito importante e fundamental”, disse Vítor Oliveira em conferência de imprensa. Passaram 29 anos desde a primeira vez que o técnico conseguiu a primeira promoção com o emblema auri-verde.
Apesar do ato eleitoral em maio, o presidente pacense garante que Vítor Oliveira é “inquestionável, seja qual for o presidente”. O treinador que ainda luta pelo título de campeão, não sabe se ficará em Paços de Ferreira na próxima temporada, admitindo já ter recebido propostas de vários clubes.
Wagner revela o segredo de Vítor Oliveira
Esta é a primeira época de Wagner ao serviço dos “castores”. Titular indiscutível de Vítor Oliveira, revelou-se uma das peças fundamentais do técnico para o sucesso do clube. O extremo brasileiro apontou quatro golos em 27 jogos pelo Paços de Ferreira.
Durante a sua carreira, Wagner foi treinado por vários técnicos de renome como Pepa, Petit, Rui Bento, Vítor Paneira, Manuel Machado, Jorge Casquilha, Augusto Inácio e Jorge Paixão. Contudo, é em Vítor Oliveira que encontra a fórmula de vencedor.
O ZAP conversou com o jogador e tentou perceber qual é o segredo para o sucesso de Vítor Oliveira e o que o distingue de todos os outros. Wagner não tem dúvidas e destaca que o treinador de 65 anos é incomparável. “Não há ninguém igual a ele. É um excelente treinador dentro e fora de campo”, realçou o futebolista.
Com uma vasta carreira em Portugal, passando por clubes como Tondela, Nacional e Moreirense — e com passagens pela Polónia e pela Tailândia — Wagner conhece bem o futebol português. E sabe qual é a razão para o sucesso do treinador.
“Cada treinador tem o seu método de trabalho e a sua ambição. O mister Vítor Oliveira conhece bem cada um dos jogadores que escolhe para fazer do seu plantel uma equipa vencedora. Tem de ser essa a chave para o seu sucesso“, afirma o jogador de 32 anos. Esta que é uma das exigências do treinador: ter controlo absoluto no que toca à construção do plantel.
Desde a sua chegada no início desta temporada, Vítor Oliveira trouxe consigo uma panóplia de jogadores talentosos. Além dos experientes jogadores como Wagner, Luiz Carlos e Bruno Teles, o técnico apostou principalmente na contratação de jovens atletas e promissores.
Rafael Barbosa e Elves Baldé, ambos vindos do Sporting CP por empréstimo, são exemplos de jovens apostas do treinador pacense. Paul Ayongo e Gonçalo Gregório, que deram cartas no Campeonato de Portugal, também foram recrutados por Vítor Oliveira. Todos eles tiveram oportunidades de mostrar o seu valor na equipa principal.
Como Wagner refere, o treinador dá oportunidades a todos, o que “fortalece ainda mais o plantel durante a época”. Caso o jogador aproveita as hipóteses dadas, tem tudo para poder jogar mais vezes. “Isso é a chave do sucesso da equipa“.
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Exigências do “rei das subidas”
Clubes como Feirense, Penafiel, Chaves, Académica e Leixões já mostraram o interesse nos seus serviços. No entanto, até ao final da época, Vítor Oliveira não pensa em nenhum deles, focando-se nos seus objetivos como treinador dos pacenses.
É compreensível o interesse nos clubes em garantir a sua contratação. Afinal de contas, é quase um bilhete garantido para a Liga NOS. Independentemente do interessado, há algumas exigências que o experiente treinador não abdica.
De acordo com o desportivo OJOGO, Vítor Oliveira pede dez mil euros líquidos por mês, os seus treinadores adjuntos de quem não abre mão, controlo sobre a construção do plantel e garantias sobre o salários dos jogadores são os principais pedidos do técnico natural de Matosinhos.
Numa entrevista concedida à Tribuna Expresso há dois anos, Vítor Oliveira negou ser um treinador caro. “Devo ser é dos treinador mais baratos em Portugal. Pelo menos nos últimos cinco anos fui baratíssimo de certeza, porque rentabilizei todos os ativos que foram postos à minha disposição em clubes que passaram a ser da I Liga”, disse.
Como aliciamento, o atual treinador do Paços de Ferreira assina contratos que incluam um prémio de subida. “São contratos simples e básicos”, assume. De acordo com o OJOGO, o prémio exigido por Vítor Oliveira ronda os 300 mil euros.
“Se se pagar 300 mil euros de prémio de subida, vale bem a pena, porque só em direitos televisivos se vai buscar entre 3,5 e 4 milhões de euros”, disse uma fonte não identificada de um clube da segunda divisão portuguesa que está a tentar a contratação do treinador.
Mário Nunes é o braço direito imprescindível a Vítor Oliveira desde que se cruzaram em 2014. “O mister é o cérebro, o líder. Eu tenho funções específicas no início e final dos treinos, em que me dá total liberdade”, disse o treinador adjunto, que juntamente com o técnico Tó Ferreira, é uma das exigências do “rei das subidas” para onde quer que vá.
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