A TVI avançou, este domingo à noite, que a PJ acredita ter fortes indícios de corrupção desportiva contra o Benfica, no âmbito do caso dos vouchers.
De acordo com a notícia avançada pela TVI, o Benfica está a ser investigado num megaprocesso do Ministério Público (MP) que envolve a alegada oferta de refeições luxuosas a árbitros e pessoas próximas destes.
A estação televisiva revela que a investigação fez um levantamento da faturação do Museu da Cerveja, um restaurante no Terreiro do Paço, em Lisboa, e descobriu que terá havido ofertas de jantares de 500 a 600 euros.
Trata-se, assim, de valores muito superiores aos limites definidos pela UEFA para este tipo de ofertas, a chamada “hospitalidade”, que variam de 200 a 300 euros.
Recorde-se que o caso dos vouchers foi denunciado, em 2015, pelo então presidente do Sporting, Bruno de Carvalho. Mas, tanto a UEFA, como a Liga de Clubes e a Federação Portuguesa de Futebol arquivaram as queixas e deram razão ao Benfica.
Na altura, todas as entidades consideraram que o chamado “kit Eusébio” — réplica de antiga camisola do Benfica e voucher para quatro refeições —, oferecido a árbitros, observadores e delegados destacados para jogos na Luz, estava dentro dos limites aceitáveis e definidos a nível internacional.
Segundo a estação de Queluz de Baixo, este megaprocesso ainda não foi alvo de uma acusação do MP porque foi, entretanto, adicionado a outro, o chamado caso dos e-mails, desencadeado pelo hacker Rui Pinto e cujos dados não podiam ser usados pela polícia, uma vez que foram obtidos de forma ilícita. No entanto, a PJ e o DIAP de Lisboa terão tentado outros caminhos para chegar às provas pela via legal, avança a TVI.
Benfica nega ter sido notificado pelo MP
O clube da Luz reagiu num comunicado, tendo destacado que “não foi notificado de nenhuma ‘conclusão do Ministério Público’ relativamente a qualquer inquérito judicial que esteja em curso”.
“Aliás, não deixa de ser curioso e significativo o timing desta peça. Aquele inquérito está, como é sabido, sujeito a segredo de justiça, pelo que o SL Benfica reservará qualquer atuação para o momento e local próprios”.
“Mais aproveita o SL Benfica para relembrar que no designado caso dos vouchers, a que parece aludir a TVI, todas as decisões processuais de instâncias nacionais e internacionais até agora conhecidas concluíram pelo arquivamento do processo”, conclui.
Entretanto, Luís Bernardo, diretor de comunicação das águias, entrou em contacto com a CMTV em direto, para reagir à reportagem da TVI. “Os kits foram oferecidos aos árbitros e delegados em todos os jogos, sempre depois dos jogos, independentemente dos resultados e à frente de toda a gente, inclusive das autoridades. Isso foi valorizado pelo Conselho de Disciplina e pela própria UEFA. Quem quer corromper faz as coisas às escondidas e de forma seletiva. A questão que se coloca é como se corrompe alguém depois de um jogo que se perdeu. Não tem lógica.”, cita o jornal A Bola.
O responsável encarnado admitiu, no entanto, que “houve um caso específico de um elemento que pertenceu aos observadores da Liga e que terá abusado. Curiosamente foi depois trabalhar para o Sporting”, destacou.
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