O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) anunciou, esta terça-feira, que Vitória de Guimarães e FC Porto foram multados em mais de 27 mil euros devido ao comportamento dos seus adeptos no jogo da 21.ª jornada da I Liga.
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol anunciou que o Vitória de Guimarães foi multado em 17.941 euros, por uso de engenhos pirotécnicos, arremesso de cadeiras ou cânticos ofensivos.
O CD confirmou ainda o processo disciplinar ao clube vimaranense devido a insultos racistas ao futebolista maliano Moussa Marega, que já tinha sido anunciado a 18 de fevereiro pela FPF.
O FC Porto também não escapou às multas. O clube azul-e-branco foi punido com uma multa de 9308 euros devido ao comportamento dos seus adeptos, também por uso de engenhos pirotécnicos, arremesso de cadeiras ou cânticos ofensivos.
Relativamente ao caso Marega, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, revelou, também esta terça-feira, que as forças de segurança já identificaram na atual época desportiva 18 situações associadas a fenómenos de racismo nas várias divisões de futebol e em outras modalidades.
O ministro falava aos deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, numa audição pedida pelo PCP depois dos insultos racistas ao jogador maliano.
Cabrita frisou que todas as situações foram participadas pelas forças de segurança ao Ministério Público (MP). Como exemplo, o governante referiu que, no jogo entre o FC Porto e o Young Boys, registaram-se insultos a um jogador de raça negra da equipa suíça e a PSP atuou, abriu um processo, identificou o suspeito e o processo corre os seus termos.
O ministro disse também que, desde setembro de 2019, quando entrou em vigor a nova lei em matéria de violência no desporto, se registaram 112 decisões de impedimento de adeptos de frequentarem recintos desportivos, um número superior a todos os anos anteriores.
O ministro deu também conta das auditorias de segurança que estão a ser feitas aos 18 estádios de futebol da I Liga.
“A auditoria de segurança significa identificar as zonas de acesso, identificar as características internas dos estádios, identificar as zonas em que por vezes são encontradas as tais tochas, que são diferentes dos petardos”, disse, salientando que as tochas estão, “por vezes, já dentro dos estádios”.
Segundo Eduardo Cabrita, as auditorias, que estão a ser feitas pela PSP, GNR, Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto e Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, já foram feitas nos estádios Nacional e do Bonfim e até ao final de março todos os campos de futebol da I Liga vão ser auditados.
O ministro disse ainda que os clubes de futebol vão ter de fazer as correções até ao início da próxima época desportiva e que, se não forem feitas, o ministério considerará que esses estádios não estão aptos para receber jogos da primeira divisão.
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