Nota artística: FC Porto da Areosa até Cuba

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“As camisolas não jogam. É preciso correr. Não basta ter contrato, não basta ser da formação, não basta ser bonito nas redes sociais. Para jogar no Porto, é preciso algo mais” – palavras de Sérgio Conceição, após o dérbi com o Boavista. Palavras diretas e genuínas, como sempre no treinador. Um treinador que não quer treinar jogadores que não se entregam. Aliás, a esses futebolistas com pouca atitude, Sérgio já terá dito para eles subirem a Alameda, virarem à direita na Avenida Fernão de Magalhães, pararem na rotunda e encontrarem uma nova profissão.

Nenhum nome foi mencionado nessa entrevista. Mas os jogadores que, em princípio, foram criticados sem serem mencionados não foram convocados para o jogo na Madeira. Nem na lista suplentes entraram, nenhum dos três. Quais três? Basta olhar para a ficha de jogo do FC Porto-Boavista e ver quem saiu ao intervalo.

O que já estava a incomodar para os lados do Dragão era o registo de três empates consecutivos no campeonato. O duelo com o Marítimo, último classificado, seria o palco para mudar o cenário recente. Mas o cenário recente nos Barreiros, ao longo da última década, apresentava seis jogos sem vitória do FC Porto. Cuidado.

E cuidado com Joel. Logo ao terceiro minuto, o avançado do Marítimo avisou, de cabeça. Portistas reagiram com outra eficácia: ao chegar ao quarto de hora, golo de Uribe.

Uma festa que durou três minutos e um mistério que durou outros três minutos. Logo a seguir, Léo Andrade marcou, o golo foi anulado mas depois validado. Demorou mas houve bailinho na Madeira.

O baile embalou o Marítimo para o ataque. Sem criarem sustos após sustos, a turma da casa cresceu e foi espreitando a baliza adversária. Os visitantes mandaram na posse de bola mas, tirando as ameaças (na mesma jogada) de Mbemba e de Taremi, houve mais faltas e protestos do que futebol interessante até ao final da primeira parte.

Tal como no início e no final do primeiro tempo, Joel voltou a ameaçar no arranque da segunda parte. Resposta de Luis Díaz e Amir voltou a reagir bem. Naturalmente, o FC Porto pressionou mais, circulou muito a bola, tentou encontrar o caminho para novo golo. Mas havia muito querer e pouco saber. Mérito para o Marítimo, que se ia fechando bem.

Quando, na reta final, Ali Alipour entrou, completou-se um trio raramente ou mesmo nunca visto num campeonato em Portugal. Seja de futebol ou de hóquei em campo: três iranianos a jogar. Amir Abedzadeh, Ali Alipourghara e Mehdi Taremi. Três futebolistas nascidos no Irão, todos eles com dois nomes. Já repararam?

Um deles, Amir, começou a ser jogador em destaque neste encontro. A pouco mais de cinco minutos do fim, a figura foi o guarda-redes…do FC Porto. Marchesín impediu o golo do Marítimo três vezes. Em poucos segundos. Que poder!

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E será que o campeão vai ter o poder de chegar aos três pontos até ao minuto 90? Não. Até ao minuto 90 não, mas no período de compensação sim: voltou a destacar-se o menino Francisco, que tem o mesmo apelido do seu treinador, que caiu na área e foi assinalada grande penalidade. Quem marca? Taremi. Não, Otávio. Houve ali uns instantes confusos, não? Foi o brasileiro e foi golo.

Alívio no conjunto do Dragão. Entre estes que jogaram na Madeira, acho que nenhum vai para a Areosa.

Uma vitória na jornada anterior à receção ao líder Sporting. São 10 pontos a menos; podiam ser 12 ou mesmo 13.

Na roda habitual do FC Porto, Sérgio Conceição, com direito a camisola por causa dos seus 200 jogos como líder dos azuis e brancos, falou, falou e falou… O discurso foi longo, a força transmitida foi muita.

E muita dessa força terá sido enviada para Cuba. Há outro guarda-redes a precisar de força. E aquela roda representou os desejos positivos. De todos. Que somos poucos.

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[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira, ZAP” ]


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