Já após a decepcionante descida à 2. Bundesliga, parecia que o antigo campeão ia continuar na segunda divisão. Mas Ole Werner chegou…
27 de Novembro de 2021. Nesse sábado, o Werder Bremen perdeu por 2-1 no terreno do Holstein Kiel e ficava no 10.º lugar da segunda divisão nacional alemã.
Assim, 2021 estava a ser um ano mesmo de desilusão para os adeptos de um clube que já foi campeão nacional quatro vezes (a última em 2004) e que é um dos emblemas com mais presenças na Bundesliga.
No final da época passada desceu para a 2. Bundesliga, a segunda divisão, e praticamente a meio do campeonato (15.ª jornada) estava assim no 10.º lugar, após a tal derrota frente ao Holstein Kiel.
Ao mesmo tempo, havia dificuldades financeiras no clube histórico e ainda surgiu um entrave inesperado: o seu treinador, Markus Anfang, falsificou um certificado de vacinação contra a COVID-19 para manter o seu cargo.
Markus Anfang demitiu-se uma semana antes do jogo com o Holstein Kiel – esse duelo marcou uma reviravolta na época da equipa alemã.
Daniel Zenkovic e Christian Brand ainda foram treinadores interinos no final de Novembro mas o dia 3 de Dezembro marcou o arranque da “era” Ole Werner em jogos da 2. Bundesliga.
Ole Werner, com apenas 34 anos, passou a ser o treinador do Werder Bremen, três meses depois de ter deixado o comando técnico do…Holstein Kiel.
Na estreia, perante uma massa adepta pouco confiante (apenas 15 mil espectadores, um terço do estádio), o Werder goleou o Erzgebirge Aue por 4-0.
Foi a primeira de sete vitórias consecutivas. Passou a liderar a prova e nunca perdeu até Março. Ainda teve três empates consecutivos em Abril, mês que fechou com a sua única derrota caseira (contra o Holstein Kiel!) mas fechou o campeonato com mais duas vitórias.
E assim, do 10.º lugar, o Werder Bremen saltou para a segunda posição em cinco meses. Fechou o campeonato nesse lugar e assegurou o regresso à principal Bundesliga, tal como o outro clube histórico Schalke 04, campeão.
Além do efeito do jovem treinador Ole Werner, os adeptos também foram essenciais. Dos 15 mil na sua estreia, passaram para mais de 42 mil espectadores na última jornada.
O último jogo da época decorreu no domingo passado. Estiveram 42 mil pessoas dentro do estádio, diante do Jahn Regensburg (2-0), mas o apoio começou horas antes: 12 mil adeptos juntaram-se numa praça no centro da cidade, relata o canal Deutsche Welle.
Foi uma marcha de adeptos, milhares a caminhar na direcção do estádio e a parar a cidade. O grito mais repetido era: “segunda divisão nunca mais!” – nas ruas e dentro do estádio, durante o jogo.
A partida acabou, a festa começou, mas o capitão Ömer Toprak tinha outra prioridade: meditar. Foi para o balneário, esteve sozinho durante um bocado e depois voltou para o relvado.
“Eu fiquei extremamente envergonhado no ano passado, quando descemos de divisão. Para mim, era uma questão de honra esta reabilitação, depois daquela vergonha. Estou feliz porque foi exactamente isso que conseguimos hoje”, declarou o defesa turco.
[sc name=”assina” by=”Nuno Teixeira da Silva, ZAP” ]
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