Um cesto que era pouco – mesmo pouco – provável. Mas aconteceu. Mesmo assim, Don Calhoun esteve quase para ficar sem o dinheiro.
Por cá, não é frequente. Mas nos Estados Unidos da América, um país do espectáculo, há entretenimento em qualquer paragem de jogo.
E há prémios. Alguns bem consideráveis.
Em pavilhões onde se joga basquetebol, é habitual a entrega de prémios a quem consegue um cesto da outra ponta do campo, do meio-campo ou mesmo um triplo.
Esta história aconteceu há 30 anos mas foi recuperada nesta semana, no vídeo que partilhamos acima.
Os Chicago Bulls recebiam os Miami Heat, no Chicago Stadium (demolido dois anos depois).
Ao intervalo, concurso: conseguir meter a bola no cesto a partir da linha de lance livre do outro cesto, no outro extremo do campo.
Dada a baixa probabilidade de isso acontecer, nessa época os Bulls (ou mais ou menos os Bulls, já lá vamos) até ofereciam 1 milhão de dólares a quem conseguisse acertar.
Don Calhoun, um jovem adepto dos Bulls, foi escolhido para a primeira fila nesse dia. Até porque as suas sapatilhas não estragavam o chão do pavilhão.
Ao intervalo, tentou. E acertou.
Loucura no pavilhão, muitos aplausos, o adepto de 23 anos saudado pelo próprio plantel dos Bulls, um abraço de Michael Jordan e até o árbitro foi felicitá-lo.
Um sorriso, uma fotografia: a bola do lançamento numa mão, o cheque de 1 milhão de dólares na outra mão.
Problema: esteve perto de receber… zero.
Este tipo de concursos é preparado, em cada detalhe, pelos melhores advogados e por seguradoras. Eles sim, definem o que está no regulamento.
Entre as dezenas ou centenas de linhas das regras do concurso, estava lá uma que indicava: “Ao longo dos cinco anos anteriores, o concorrente não pode ter jogado numa versão ‘organizada’ da modalidade em causa“.
Don Calhoun tinha jogado na equipa de basquetebol do Triton College, três anos antes.
E o jovem adepto dos Bulls indicou isso quando preencheu o formulário do concurso – mas, segundo Don, os organizadores ignoraram e deixaram-no lançar.
A companhia de seguros associada ao concurso desmentiu esta versão. E começou a recusar entregar o dinheiro porque uma alínea não foi respeitada.
Esse assunto começou a ser notícia local, houve pressão dos adeptos sobre a direcção dos Bulls, que até convocou uma conferência de imprensa por causa deste caso.
O desfecho mudou: afinal, o dinheiro ia ser mesmo entregue, em prestações anuais. Seriam 50 mil dólares por ano ao longo dos 20 anos seguintes.
Mesmo não cumprindo as regras todas, Don Calhoun ia receber 1 milhão de dólares.
Mas quem teria convencido os organizadores a mudar de ideias?
Um ano depois, Michael Jordan foi a um pequeno pavilhão ver o seu filho a jogar. Don soube e foi até lá.
Conseguiu estar com a “estrela” e Michael Jordan, que o reconheceu, perguntou-lhe logo: “Recebeste o dinheiro?”.
O adepto confirmou e Jordan acrescentou: “Nós obrigámos a organização a pagar-te. Estávamos chateados porque eles estavam a tentar não pagar”.
Ou seja, Michael Jordan estava a revelar que foi ele próprio – e o restante plantel – a tornar Don milionário.
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