A Comissão Disciplinar da FIFA suspendeu por três anos o ex-presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, de todas as atividades relacionadas ao futebol a nível nacional e internacional.
O orgão disciplinar da FIFA entendeu que Luis Rubiales violou o artigo 13 do código do órgão, informou esta segunda-feira o órgão máximo do futebol mundial, citado pela agência EFE.
A decisão encerra assim o processo disciplinar aberto contra Luis Rubiales a 24 de agosto, após os factos ocorridos depois da final do Mundial de Futebol feminino disputada na Austrália e Nova Zelândia, em que a Espanha foi campeã superando a Inglaterra na final.
Após o jogo, no camarote presidencial, ao lado da Rainha Letícia, o ex-dirigente tocou nos seus órgãos genitais. Mais tarde, durante a cerimónia de distribuição de prémios, beijou na boca, sem consentimento, a jogadora espanhola Jenni Hermoso.
Num primeiro momento, Rubiales foi suspenso provisoriamente por um período de 90 dias. Esta segunda-feira, recebeu a notificação da decisão da Comissão Disciplinar que o sanciona por três anos.
No dia seguinte à suspensão provisória, o antigo dirigente da RFEF recusou-se categoricamente a renunciar, durante uma Assembleia do órgão federativo, e reiterou que o beijo foi consensual.
Esta alegação foi negada pela atleta e levou as jogadoras espanholas a recusarem-se a jogar pela seleção caso os então dirigentes federativos continuassem nos seus cargos.
A jogadora de 33 anos disse que se sentiu “vulnerável e vítima de uma agressão” ao ser beijada pelo dirigente, descrevendo o gesto como “um ato impulsivo, machista, fora de lugar e sem nenhum consentimento” da sua parte.
A 6 de setembro, Jenni Hermoso apresentou queixa pelo beijo no Ministério Público contra o ex-presidente, que anunciou a sua renúncia quatro dias depois, em comunicado publicado no seu perfil no Twitter.
A FIFA especifica que, de acordo com as disposições existentes no seu Código Disciplinar, Rubiales tem dez dias para “solicitar uma decisão fundamentada que, se solicitada, será posteriormente tornada pública”, e que a decisão está sujeita a recurso.
O órgão máximo do futebol mundial acrescenta que “reitera seu compromisso absoluto em respeitar e proteger a integridade de todas as pessoas e em garantir que as regras básicas de conduta decente sejam respeitadas”.
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